Foi encerrada no último domingo, 21 de agosto, a 31ª edição dos Jogos Olímpicos, realizada no Brasil, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro.
Pude acompanhar alguns jogos pela televisão e, ao contrário do que muitos esperavam, diante de toda incerteza e insegurança política, econômica e social vivida pelo país, o Brasil conseguiu passar uma boa imagem e fazer um belo espetáculo.
Mesmo com todos esses fatores positivos, eu ainda estava incomodada quando volta e meia lia e assistia certas notícias de alguns colegas jornalistas.
Até então, pensava que poderia parecer uma implicância da minha parte com a forma em que estavam fazendo notícia. Mas na semana passada, li no blog de um amigo – também jornalista – um texto que expressava exatamente o meu sentimento ao ler as matérias feitas pelos veículos de comunicação nacional: o pessimismo das pautas e o desserviço que estas tinham ao menosprezar as conquistas dos atletas.
Sinceramente, a forma de noticiar não acrescentava absolutamente nada em informação. Pelo contrário, parafraseando meu amigo, “urubuzavam” as conquistas dos atletas, as quais eram muitas vezes feitos históricos e inéditos.
Exemplos de pessimismo
O atleta do time masculino do Brasil da ginástica olímpica, Arthur Zanetti, entrou para a história ao se tornar o primeiro ginasta brasileiro a ganhar uma segunda medalha em Olimpíadas.
Li em muitos Twitters de veículos de comunicação esse marco ser noticiado de forma inferior ao mérito, como “deixa escapar o bi olímpico e fica somente com a medalha de prata”, como se o segundo lugar não fosse digno de orgulho para nós brasileiros ou, ainda pior, que uma competição de grau máximo de dificuldade como a que o atleta enfrentou fosse algo que simplesmente se perde sem muita questão.
Zanetti ainda teve que conceder entrevistas e justificar que estar na final já era um grande mérito por si só, quando indagado sobre a “frustração de ter ficado com a prata” (oi?).
Outra situação semelhante ocorreu com a ginasta Flávia Saraiva, que ficou com a melhor colocação brasileira na ginástica feminina na história das Olimpíadas, em uma prova individual. O feito não gerou pódio, mas nem por isso a quinta colocação da pequena gigante de apenas 1,33 m e 16 anos poderia e deveria ser desmerecida, como alguns veículos fizeram.
Alguns programas de TV a abordaram posteriormente a prova perguntando se ela estava triste ou decepcionada. E o mérito e crescimento que a categoria conquistou na modalidade? Que horas será abordado? Pelo menos nesta entrevista, não foi.
Informação de verdade
Estes são alguns dos exemplos bizarros. Pode ate ser que a velocidade com que as informações precisem ser publicadas em ocasiões como estas façam com que os repórteres se atrapalhem um pouco no momento de escolher um título, mas há fatos que podem ser noticiadas sem firulas, direto ao ponto e como muito mais sagacidade e orgulho.
Também tenho plena convicção que não é papel do Jornalismo noticiar somente o lado bom das coisas, ainda mais em eventos como este. Claro que tiveram motivos ruins e dignos de serem pautados nas Olimpíadas, não só em pautas esportivas como também de outras áreas. Mas nas situações que citei, elas deveriam ressaltar as conquistas de nossos atletas. Ao invés disso, vi notícias que não acrescentavam em nada a quem lê e que nada informavam de verdade.
Para vocês colegas de profissão, que prezam por estas pautas negativas, só peço que melhorem e foquem no que aprendemos na faculdade. Precisamos de mais informação e menos sensacionalismo raso.
*Créditos da imagem: Felipe Frazao / Shutterstock.com