Além da rotina diária de aulas e cursos preparatórios, muitos estudantes têm investido pesado em estudos extras, revisões e resolução de exercícios para garantir um bom desempenho no temido Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, consequentemente, ingressar no ensino superior. Muitos deles, inclusive, abdicam de noites de sono, lazer e outros projetos pessoais com esse fim.
Mas um projeto de estudantes do programa Jovem Senador promete apaziguar todo esse processo de preparação para o maior exame educacional do país. Isso porque estudantes de escolas públicas com desempenho igual ou superior a 70% nos três anos do ensino médio poderão ser contemplados com um bônus de 15% na nota do Enem e garantir vantagem na seleção.
A ideia original era a de criar uma forma de acesso ao ensino superior, separada do Enem, com reserva de 15% das vagas das universidades federais para alunos com as maiores notas médias. Contudo, a proposta deve ser alterada por receio das escolas públicas adotarem estratégias para beneficiar seus alunos, já que a nota poderia ser um critério determinante para ingresso na universidade.
O projeto, que aguarda votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), visa promover o estudo em todo o período e valorizar a experiência do ensino médio, além de fazer justiça aos estudantes que mais se dedicam aos estudos e reduzir o peso exclusivo da nota de um único exame de seleção, conforme o relator da sugestão na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, senador Cristovam Buarque.
Em contrapartida, alguns questionamentos já surgiram. Um deles é sobre o nível de dificuldade para obter a média exigida pelo projeto, que normalmente varia de escola para escola. Neste caso, os estudantes de instituições mais exigentes seriam prejudicados, tendo como base os que estudam em escolas menos criteriosas e, consequentemente, obtém nota 7,0 com mais facilidade.
Outros consideram a proposta desnecessária já que os estudantes que possuem uma boa capacidade de interpretação e raciocínio e vasto conhecimento, automaticamente garantem um bom desempenho no Exame. Há, ainda, indagações se essa bonificação não privilegiaria um determinado grupo por critérios pessoais e se não reduziria as condições de igualdade na seleção.
Se aprovada pela Comissão, a proposta segue para análise do Plenário. Enquanto isso, o Brasil Escola quer saber, qual a sua opinião? Você considera essa proposta relevante ou dispensável? Por quê?