O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a maior prova do Brasil e a cada edição é aperfeiçoado. Não em seu conteúdo e formato, que continuam os mesmos desde 2009, mas em todo o planejamento e estrutura que um exame dessa magnitude necessita. No entanto, algo deve ser revisto para garantir a isonomia do exame: a padronização dos locais de prova.
Reconheço que o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se preocupam com a credibilidade do Enem, mas desde que começamos a cobrir o exame, em 2009, nada foi feito em relação à diferença de estrutura entre os locais de aplicação do Enem.
Tomando como referência a edição de 2015, o Enem foi aplicado em 14.455 endereços espalhados por 1.723 municípios. Entre esses locais estão escolas e faculdades públicas e particulares, com estruturas completamente diferentes. Um participante do Enem pode fazer a prova em uma universidade em excelente estado de conservação e com cadeiras confortáveis e ar-condicionado, enquanto seu concorrente pode fazer o exame em escola pública, em cadeiras com prego a mostra, em sala sem ventilação e telhado apresentando goteiras. Obviamente, o primeiro participante tem mais condições de fazer uma prova tranquila.
A padronização dos locais de prova seria algo bastante difícil e de grande investimento. O dinheiro arrecadado com as inscrições não cobre nem metade do que o Governo Federal gasta com o Enem, até porque a maioria dos participantes recebe isenção da taxa. Então, o que fazer diante desse cenário? Essa é uma questão que MEC e Secretarias Estaduais de Educação terão que resolver.
Uma solução seria conceder prioridade de investimento nas escolas públicas que funcionam como locais de aplicação do Enem. Acredito que com esforço e planejamento seria possível uma padronização em alguns anos. O MEC poderia fazer um levantamento das escolas mais precárias e conceder essa prioridade, já que as escolas, geralmente, são as mesmas. Além disso, boa parte dos 14 mil locais de prova não precisará de reforma.
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E vocês, estudantes? Já fizeram a prova do Enem em uma escola com pouca infraestrutura? O que vocês acham que um local de prova deve ter? Participem nos comentários!