A edição 2015 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi realizada há pouco menos de um mês e, como acontece todos os anos, foi noticiada massivamente por veículos de comunicação de todo o país. No dia, os casos dos estudantes que chegam atrasados e, consequentemente, perdem as provas ganham ainda mais destaque. E foi pensando nisso que midiativistas decidiram contar uma falsa história que foi replicada como verdade por grandes portais.
Um vídeo de quase três minutos, publicado na noite de 24 de outubro no Facebook do grupo, mostra a movimentação em um dos campi da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) alguns minutos antes do fechamento dos portões e a grande quantidade de fotógrafos e cinegrafistas ali presentes. Dois estudantes chegam atrasados e são abordados pela imprensa para explicarem os motivos e se lamentam diante do ocorrido. A surpresa vem logo depois, quando eles contam que não se inscreveram no Exame e que tudo não passa de uma brincadeira.
Conforme a publicação, o objetivo do grupo era presenciar o grande circo midiático e mostrar que “a mídia faz isso todo dia e que inverdades podem facilmente ser transformadas em verdade e, pior, divulgadas aos quatro ventos”. Só que a iniciativa dividiu opiniões. De um lado, pessoas aproveitaram a oportunidade para criticar a previsibilidade e irrelevância de pautas como essa, a falta de apuração das informações por parte da mídia e seu interesse único e exclusivo em atrair leitores com dados superficiais em vez de aprofundar as consequências dos atrasos.
Por outro, teve gente que considerou a proposta debochada e desrespeitosa, principalmente com os jornalistas que estavam em serviço e perderam tempo com uma falsa história, intitulou como mau gosto a exploração do desespero dos candidatos atrasados e comentou que o sensacionalismo combatido acabou sendo praticado pelo grupo, que usou a imprensa para arrancar risos e acessos e não abordou outros assuntos mais relevantes.
As brincadeiras com atrasos no Enem não são novidades desta edição e muito menos restritas a este grupo. Casos como esse acontecem todos os anos e em diversos locais do país. A diferença é que alguns passam despercebidos, enquanto outros ganham maiores repercussões. Diante disso, o Brasil Escola quer saber qual sua opinião sobre os falsos atrasados do Enem. Você considera iniciativas como esta pertinentes ou desnecessárias?