Que Zika?! - Banco de redações

  Encontrando em nossa pátria o seu vetor, um clima de verão do tropical típico atrelado à negligência da população e ao descaso do Estado, o vírus* foi recebido de “fronteiras abertas”. Segundo a Organização Mundial da Saúde já se trata de uma situação de “emergência de saúde pública de interesse internacional”. O crescimento do número de contaminados serve para evidenciar um problema trivial: a precariedade do sistema de saneamento básico brasileiro.

  Identificado pela primeira vez em 1947 na Uganda, o vírus* não provocou surtos em humanos por não haver um transmissor que os comunicassem. No Brasil, os primeiros casos foram notificados há um ano, na região nordeste. A Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Evandro Chagas já apresentaram exames que comprovam a relação do vírus com o recente surto de microcefalia na região. Encontrando um ambiente favorável para a proliferação de seu hospedeiro, (o) Aedes aegypti, o vírus tem levantado dúvidas acerca da eficácia das ações governamentais.

  Entretanto(,) o combate aos focos do mosquito torna-se uma tarefa árdua diante do caótico cenário vivenciado em muitas regiões brasileiras. O plano de crescimento urbano acelerado multiplicou blocos de moradias precárias, com acesso deficiente ao sistema de saneamento básico cuja finalidade é a de prevenir doenças. O aumento de zonas abandonadas associado a um sistema de coleta de dejetos insatisfatório acaba difundindo áreas de descarte impróprio, que sem fiscalização, tornam-se novos criadouros.

  Os casos de contaminados pelo Zika vírus e sua correlação com o surto de microcefalia aumentam exponencialmente. Já se trata de um estado de emergência, cabe a todos uma atitude. Vislumbra-se uma ação conjunta e consciente da sociedade no combate de seu principal vetor, eliminando os focos do inseto. Do Estado, cobra-se uma ampliação da rede de beneficiados pelo sistema de saneamento básico e uma maior fiscalização de áreas propensas à proliferação do mosquito. É preciso que haja uma resposta rápida da sociedade, pois o momento da prevenção passou, esta é a hora da terapia.