Uma adaptação evolutiva retrógrada para a humanidade - Banco de redações

        Se durante a Idade Média, a Europa sofria com a propagação e a dizimação da população pela Peste Negra, agora, no século XXI, um surto de zika vem acometendo, principalmente, países da América Latina. Esse vírus, além de se propagar rapidamente para outras regiões, também está vinculado a casos de alterações neurológicas.

        Já dizia Charles Darwin que um organismo bem adaptado tente tende a se perpetuar. Tal teoria, pois, não deixa de ser verdadeira. O mosquito Aedes aegypti, dessa forma, possui tanto uma maior habituação a espaços biológicos diferenciados, quanto uma grande resistência dos ovos ao ressecamento; o que contribui, logo, para a disseminação quintuplicada de zika em relação a à dengue, segundo avaliação da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Esse acelerado espalhamento infeccioso acaba atingindo um número maior de pessoas que têm seu (sistema) imunológico fragilizado, mesmo com sintomas brandos do vírus, tornando-o um problema de todos.

        Ao declarar emergência epidemiológica de saúde pública internacional, a Organização Mundial da Saúde, alerta que o zika vírus pode ser o responsável por um aumento de casos de síndromes neurológicas e malformações congênitas em fetos de mulheres grávidas, como a microcefalia. Esta é uma doença em que a cabeça e o cérebro possuem um tamanho reduzido em comparação a outras crianças de mesma idade, prejudicando o desenvolvimento mental. Assim, como já dizia John Locke, é fundamental a intervenção direta do Estado no convívio social da população para resolver problemas que interfiram na ordem natural vigente. 

        É imprescindível, portanto, evitar primeiramente a proliferação do mosquito em água parada e o contato com o mesmo. A utilização de repelentes, de telas em janelas e a eliminação dos possíveis criadouros de larvas são maneiras viáveis de reduzir o número de pessoas infectadas. É importante também haver uma parceria científica entre os países para o desenvolvimento de uma vacina efetiva contra a ação do vírus da zica, medida que vem sendo adotada pelo Brasil e pelos Estados Unidos da América com o intuito de minimizar os efeitos dessa epidemia sobre a população.