Enem 2017 e as mudanças e problemas com a isenção

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Uma das imagens publicadas pelo MEC em seu Facebook
Crédito da Imagem: MEC

Todos os anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é esperado com muita expectativa pelos estudantes brasileiros. Isso porque, além de ser considerado o maior exame educacional do país, o Enem também é porta de entrada para a educação superior, tanto em instituições públicas quanto privadas e, ainda, em programas do governo federal.

Neste ano, diferentes mudanças foram implementadas visando o aprimoramento e aperfeiçoamento operacional do exame, a exemplo da aplicação em dois domingos consecutivos com redação no primeiro dia, a personalização dos cadernos de questões, a suspensão do Enem para certificação do ensino médio, entre outras.

Mas nem todas as alterações agradaram os estudantes. Uma delas foi motivo, inclusive, de muitas reclamações, frustrações e até desistências: os novos critérios de concessão da isenção da taxa de inscrição. Apesar de o objetivo central da mudança ter sido o combate às fraudes e ao uso indevido do benefício, muitos candidatos de baixa renda se sentiram prejudicados.

Imagem publicada pelo MEC em seu Facebook que mostra as novidades da isenção

Segundo eles, mesmo preenchendo todos os pré-requisitos, muitos não conseguiram garantir o benefício. Isso aconteceu, por exemplo, com estudantes que cursaram o ensino médio em colégio particular sem bolsa de estudos, mas que são de família de baixa renda.

Também foi possível encontrar muitos relatos de estudantes cujos familiares não possuem renda fixa ou meios de comprová-la; de participantes que se encaixam no critério de renda, mas não estão inscritos no CadÚnico; e de desempregados que não têm condições econômicas de pagar a taxa, cujo valor foi reajustado em mais de 20% nesta edição, entre outros.

Muitos estudantes criticaram inclusive o sistema de inscrição, alegando dificuldades de entendimento sobre as diferenças dos dois tipos de carência, o que para alguns representou uma indução ao erro já que depois de assinalar a opção errada, não foi possível alterá-la e solicitar a gratuidade novamente, tendo como única alternativa o pagamento do valor de R$ 82.

Comentários de estudantes no Facebook do MEC

Com toda essa repercussão, o tema acabou rendendo diferentes posts nas redes sociais dos órgãos responsáveis pelo Exame com esclarecimentos sobre as três formas de isenção, regras e formas de comprovação, o que não adiantou muito, já que todos receberam centenas de comentários com desabafos e reclamações de quem teve a solicitação de carência indeferida, mesmo seguindo todos os passos, e nenhuma solução.

Para muitos desses candidatos, a isenção era a única chance de participar do Enem. Com as dificuldades e problemas constatados e a impossibilidade de cancelar e efetuar uma nova inscrição, grande parte se viu sem alternativa e decidiu adiar sua participação no Exame, fato que resultou inclusive na queda do número de inscritos de 9,2 milhões em 2016 para pouco mais de 6,5 milhões neste ano.

A pergunta que fica é: será que realmente valeu a pena todo esse excesso de zelo e precaução?