Relações Internacionais é para quem busca entender o mundo, as diferentes culturas, os contextos políticos e, também, as pessoas que o compõem. Existem realidades diametralmente opostas no contexto internacional, desde escritórios executivos repletos de recursos tecnológicos e conforto, até zonas de guerra e de desastres humanitários que, se muito, tem acesso à água potável.
Quem decide entrar para as Relações Internacionais precisa compreender e saber lidar com os desafios que esta pluralidade impõe. É necessário ter empatia, amor ao próximo e muito conhecimento para se ter sucesso nesta vida profissional.
Para entender melhor as possibilidades de atuação de quem cursa Relações Internacionais, conversamos com Nathalia Gomes, diretora de RH Nacional do Médicos Sem Fronteiras - Brasil.
Veja tudo que descobrimos!
Tópicos deste artigo
- 1 - Escolha de trabalhar com Relações Internacionais
- 2 - Rotina de quem trabalha com Relações Internacionais
- 3 - Características de profissionais das Relações Internacionais no terceiro setor
- 4 - Dicas para quem quer trabalhar no Médicos Sem Fronteiras
Escolha de trabalhar com Relações Internacionais
Nathalia nos explica que escolheu Relações Internacionais para saber mais sobre ajuda humanitária e política internacional. O seu interesse pelas políticas humanitárias ao redor do mundo sempre a acompanhou.
Durante a graduação, ela teve uma professora que atuava no Médicos Sem Fronteiras (MSF), por conta disso, percebeu que se atuasse na organização, poderia construir uma carreira de impacto alinhada com os seus propósitos de vida.
Após formada, ela teve experiências em empresas do setor privado, mas sempre acompanhou as oportunidades de trabalho no MSF. Até que um dia, sua chance de ingressar na instituição apareceu, a vaga era para atuar no escritório do Rio de Janeiro.
Ela foi convocada para o cargo e começou trabalhando dentro do escritório. Depois de certo tempo, Nathalia foi atuar diretamente nos projetos do MSF e se aproximou mais ainda da população em situação de vulnerabilidade, em países como o Haiti e Moçambique.
Rotina de quem trabalha com Relações Internacionais
Dentro do Médicos Sem Fronteiras, o setor de Recursos Humanos tem uma função essencial. Nathalia explica que grande parte dos projetos contrata funcionários localmente, dessa forma, o RH atua diretamente no combate aos desastres humanitários enfrentados pela organização.
Ela nos diz que as rotinas de trabalho no escritório e nos projetos diferem em alguns pontos. Conforme a Diretora de RH disse, as diferenças se dão na estrutura dos locais de trabalho, na quantidade de idiomas que se escuta e nos costumes culturais do país em que se está.
Nathalia detalha um pouco da sua rotina nos dois ambientes:
"Em um dia comum nestes lugares (Haii e Moçambique), saía do meu alojamento e ia, junto com a minha equipe, para o nosso local de trabalho, que poderia ser o hospital ou um centro de atendimento. Lá, as atividades mais simples e regulares de RH, que existem em qualquer organização, exigiam uma dose extra de criatividade ou flexibilidade, já que o contexto era desafiador e a falta de recursos impactava não só na saúde da população, mas também em muitas outras esferas da vida.
Já no escritório aqui no Rio, na minha experiência atual liderando o time de RH Nacional, baseamos nossos esforços, principalmente, no treinamento e desenvolvimento de pessoas, na atração de talentos e no fortalecimento da marca empregadora. Entendemos que MSF é feita de pessoas que, assim como eu, acreditam no trabalho da organização. Pensando nisso, temos a missão diária de desenvolver e engajar nossos profissionais para que a gente siga impactando a vida das pessoas."
Características de profissionais das Relações Internacionais no terceiro setor
Nathalia afirma que para atuar no terceiro setor (Organizações sem fins lucrativos) é preciso ter resiliência, criatividade, empatia e consciência multicultural.
Ela explica que a resiliência é necessária, pois, as situações e os contextos culturais irão variar muito e afetar a sua rotina de trabalho diretamente. A criatividade serve para resolver problemas com poucos recurso e com pouco tempo. A empatia e a consciência cultural são essenciais para haver respeito e compreensão do outro, a fim de que o trabalho seja executado da melhor forma possível.
Dicas para quem quer trabalhar no Médicos Sem Fronteiras
Ao ser questionada sobre as dicas, a Diretora Nacional de RH afirmou que existem muitas opções de carreira disponíveis dentro do MSF. Veja:
"Em MSF, o trabalho não é voluntário e é possível construir uma carreira médica e não médica de diferentes formas: nos escritórios, nos projetos e nas ruas, tanto no Brasil como nos mais de 70 países que estamos presentes.
No escritório, por exemplo, temos departamentos como Comunicação, Captação de Recursos, Finanças, Administração, que são formados por profissionais especialistas nestas áreas. Há oportunidades para engenheiros, advogados, administradores e tantas pessoas com outras formações e experiências."
Por fim, Nathalia realiza um convite para quem se interessa no setor humanitário:
" É possível viver no mundo humanitário tendo diferentes formações. Se o seu objetivo é trabalhar com propósito, então MSF é o seu lugar! Todas as nossas oportunidades estão disponíveis em https://www.msf.org.br/trabalhe/ e, por lá, colocamos em detalhes todas as informações necessárias para que as pessoas possam fazer história com a gente."
Por Tiago Vechi
Jornalista