Enfermeira

Saiba como é a vida profissional na enfermagem dos Médicos Sem Fronteiras lendo nossa entrevista com Ruth Moreira
Por Tiago Vechi

Enfemeira em sua vida profissional em uma área de conflito
Enfermagem atua na linha de frente dos cuidados médicos
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Enfermagem é uma das demonstrações mais puras do amor pelo ser humano. É preciso ter força, dedicação e coragem para enfrentar a rotina que essas profissionais passam diariamente.

Se compadecer da dor do outro e alegrar-se no seu alívio, é uma vida profissional que proporciona muitas emoções, às vezes, contraditórias. Para compreender melhor a trajetória dentro da carreira de enfermagem, conversamos com Ruth Moreira, enfermeira do Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Ruth Moreira. Créditos: Acervo MSF

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Escolha da Enfermagem

Várias áreas do conhecimento atraíam Ruth na sua época de escola, ela não sabia qual caminho seguir, se seria saúde, humanas ou exatas. Mas, acabou optando por cursar enfermagem, o que não acabou com suas dúvidas, tanto que, no segundo ano do curso, começou uma graduação em geografia. 

Ao terminar o curso de enfermagem, ela começou a fazer residência e precisou abandonar a graduação em Geografia (que ela ainda pretende terminar).

Ruth tinha dois principais desejos para relacionados a sua vida profissional, ela queria conhecer o mundo e cuidar das pessoas. Dessa maneira, se encontrou no Médicos Sem Fronteiras, ela afirma:

Afinal, as dificuldades enfrentadas por populações em situação de vulnerabilidade sempre me incomodaram muito, por isso, sempre busquei me envolver em atividades com um propósito humanitário.

As propagandas na televisão de MSF faziam meus olhos brilharem. Desejava utilizar meus conhecimentos de enfermagem nas regiões mais necessitadas do mundo. É importante oferecer dignidade, acesso à saúde e esperança para aqueles que mais precisam. Ninguém pode ser esquecido ou preterido.

 Esse desejo tomou forma e se tornou realidade quando ela decidiu enviar seu currículo e a carta de intenção. Hoje, ela atua no MSF e se sente muito feliz pela escolha que fez e pela experiências que vive.

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Rotina de quem trabalha com enfermagem

O dia a dia profissional de Ruth é dinâmico e desafiador. Ela declara que é justamente durante as pelejas mais intensas que fica perceptível a excelência do trabalho em grupo que é feito.

A enfermeira diz que são muitas horas de trabalho, mas com vários momentos de alegria. Ruth falou:

 "Muitas vezes trabalhamos por horas a fio sem ninguém ter solicitado. Em outros momentos, nossos chefes e colegas nos lembram que é importante parar e descansar, até tirar uma folga.

Ao final, não tem preço ou recompensa maior do que trabalhar e testemunhar o impacto positivo em comunidades afetadas por conflitos, desastres naturais ou epidemias, ou ainda ajudar um paciente que chegou com dor a sair se sentindo melhor.

O trabalho de assistência humanitária traz consigo um ambiente muito harmonioso. Somos motivados e contagiados pelo nosso objetivo principal, que é ajudar a quem mais precisa."

Características de bons profissionais de enfermagem

Ao ser questionada sobre as características comuns aos bons profissionais da sua área, Ruth respondeu:

"Flexibilidade, capacidade de adaptação e criatividade. Precisamos pensar fora da caixa para criar alternativas e soluções para enfrentar as dificuldades que surgem diariamente. Também é preciso ser resiliente e estar preparado para se adaptar a um ambiente novo, desafiador e distante de casa e dos entes queridos. É preciso saber trabalhar em equipe e ter a consciência de que juntos podemos fazer muito mais."

Dicas para quem quer trabalhar com enfermagem 

O primeiro conselho de Ruth é: "Não desista dos seus sonhos!".

Ela afirma que é possível conquistar os seus sonhos, mas faz uma ressalva, não será fácil, ainda que possível. Ruth declarou:

"A jornada de cada um é única e tenho certeza de que, se hoje estou aqui, você também pode estar."

Por fim, a enfermeira também recomenda o aprendizado de idiomas, em especial o inglês, mas também comenta sobre francês, árabe e espanhol.

 

Por Tiago Vechi

Jornalista