O Ministério da Educação (MEC) anunciou oficialmente o fim do programa de bolsas de estudo Ciência sem Fronteiras (CsF), que propunha a mobilidade acadêmica de estudantes brasileiros em diferentes níveis de estudo e para diversos países do mundo. No segundo semestre de 2016, as regras do programa já haviam mudado, excluindo dos editais os cursos de graduação, que correspondiam a 79% de todas as bolsas já oferecidas. O encerramento se deve, principalmente, por falta de verba e pela baixa proficiência no inglês dos candidatos.
O governo, em alguns casos, como o das bolsas oferecidas no Reino Unido e nos Estados Unidos, precisava oferecer primeiramente um curso de inglês intensivo para os estudantes antes de darem início ao programa acadêmico oficial, a fim de prepará-los com a fluência mínima necessária para a compreensão do conteúdo universitário no exterior.
Apesar de o ministro de Educação, Mendonça Filho, reforçar que o CsF apenas passará a focar nas bolsas de estudo para pós-graduações e de intercâmbios para cursos de inglês, nenhum novo edital será aberto. Os 4 mil brasileiros que ainda permanecem no exterior por meio do CsF continuarão a receber o subsídio do governo, que também manterá os editais de pós-graduações já abertos. No entanto, novas vagas não devem anunciadas.
O valor do programa foi o que mais pesou na decisão de encerrá-lo. Segundo o Ministro, uma bolsa de estudo de graduação do CsF equivalia a financiar um curso integral de quatro anos no Brasil para três alunos. No total, foram mais de 100 mil bolsistas desde a sua criação e, em quatro anos, o governo gastou mais de 6,4 bilhões com o programa.