A prova do Enem é o segundo maior vestibular do mundo, perdendo apenas para o GaoKao na China. O exame é a principal porta de entrada para as universidades públicas do país por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU).
A avaliação também dá acesso a universidades privadas através do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financimaneto Estudantil (Fies), assim como a universidades portuguesas.
Por isso, a elaboração das questões da prova do Enem precisa seguir altos padrões de qualidade e de sigilo.
Vamos dar uma olhada mais de perto nesse processo. Destrinchamos cada parte da elaboração das perguntas para entendermos como funciona o maior vestibular do hemisfério sul.
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Banco Nacional de Itens (BNI) do Enem
A prova do Enem é constituída por quatro exames, cada um com 45 questões, além da proposta de redação.
Para que cada uma dessas questões chegue à prova é preciso um processo que se inicia anos antes da aplicação dos testes.
Todas as questões da prova do Enem nascem no Banco Nacional de Itens (BNI), um repositório de perguntas.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), esse banco é construído tanto com a participação de pessoas jurídicas como de pessoas físicas, ambas selecionadas por meio de editais de credenciamento.
Em 2020, por exemplo, foi publicado um edital para seleção de elaboradores e revisores de questões para o Banco Nacional de Itens. Nessa edição, só eram aceitas as candidaturas de docentes concursados ou efetivos da rede de educação pública.
A classificação dos candidatos foi feita a partir de análise curricular, onde foi averiguada a experiência do docente em sala de aula, na elaboração de itens e na produção acadêmica.
Os candidatos selecionados precisam assinar um termo de sigilo sobre os itens elaborados e sobre informações internas do Inep. Depois, passam por uma capacitação que detalha os objetivos e o processo de escolha das questões que estarão na prova do Enem.
Elaboração da prova do Enem
A prova do Enem, antes de chegar à sua versão final, tem suas questões testadas de forma sigilosa.
Isso ocorre para definir se a pergunta já está pronta ou se precisa de algum tipo de correção, e também para estabelecer os parâmetros analisados na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Você pode ler mais sobre esse assunto neste artigo.
Mas, de forma resumida, é necessário averiguar a dificuldade da questão, a chance do acerto ao acaso (também conhecido como chute) e a capacidade da pergunta de diferenciar quem conhece a matéria de quem não conhece.
A questão sendo aprovada e esses parâmetros sendo estabelecidos, ela está pronta para ser posta na prova do Enem, caso seja reprovada ela volta para ser corrigida e depois reintegrar o BNI.
Segundo o Inep, as questões selecionadas para a prova do Enem procuram abranger vários temas e evitam repetir assuntos já trabalhados em edições anteriores.
Após a elaboração e os pré-testes, a prova do Enem passa por uma minuciosa revisão ortográfica e gramatical, para, enfim, ser diagramada. Também de acordo com o Inep, todos os processos, exceto os pré-testes, são realizados em um espaço de segurança máxima dentro do Inep, o Ambiente Físico Integrado Seguro.
