Leia o seguinte excerto de Capitães da areia, de Jorge Amado, e responda ao que se pede.
O sertão comove os olhos de Volta Seca. O trem não corre, este vai devagar, cortando as terras do sertão. Aqui tudo é lírico, pobre e belo. Só a miséria dos homens é terrível. Mas estes homens são tão fortes que conseguem criar beleza dentro desta miséria. Que não farão quando Lampião libertar toda a caatinga, implantar a justiça e a liberdade?
Compare a visão do sertão que aparece no excerto de Capitães da areia com a que está presente no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, considerando os seguintes aspectos:
a) a terra (o meio físico);
b) o homem (o sertanejo).
Responda, conforme solicitado, considerando cada um desses aspectos nas duas obras citadas.
Respostas
a) A terra (o meio físico), em Capitães da Areia, a paisagem sertaneja é vista como bela, diante dos olhos de Volta Seca. O olhar sobre o sertão, na obra de Jorge Amado, fica claro no excerto presente no enunciado: “Aqui tudo é lírico, pobre e belo”. Em vidas secas, o sertão é rude, castiga os homens que, como Fabiano, busca um modo de sobreviver nos períodos de seca. Diferentemente do livro Capitães da Areia, não há espaço para o lirismo. Ambos cumprem a função de crítica social.
b) O homem (o sertanejo); Na obra Capitães da Areia, apesar da miséria do homem ser reconhecida, a personagem Volta Seca ainda consegue encontrar beleza na força do sertanejo e há a esperança de que o cangaço possa mudar a realidade social no sertão. Na obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, não há espaço para a esperança. As personagens apresentam aspectos zoomórficos que as tornam melhores adaptadas ao meio. Apesar da indignação das personagens, presente em algumas passagens da obra, há uma aceitação de sua realidade. A ausência do desejo de transformação fica clara em uma das poucas frases expressas por Fabiano: “governo é governo”.
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