Unila: é possível integrar a educação superior latino-americana?

Em 28/01/2010 12h53 Por Gabriele Pires Alves

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Há oito meses o projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) foi aprovado pela Câmara dos Deputados. O número oito também representa a quantidade de anos em que o governo federal parece ter colocado os olhos sobre uma área tão esquecida pelos líderes políticos: a educação superior. Nesse período, 13 instituições de ensino superior foram criadas, superando a marca de JK que havia criado 10 universidades.

Mas o que propõe a Unila? Vamos por partes. A proposta acadêmica é inter e transdisciplinar, ou seja, visa a articulação entre a graduação, a pós-graduação e as linhas de pesquisa, a pluralidade de ideias e o estímulo à reflexão. A Unila pretende promover, pelo conhecimento compartilhado, um projeto latino-americano apto a enfrentar os desafios do século XXI, formando pesquisadores e profissionais que pensem o presente e o futuro da América Latina integrada, nas áreas das Ciências, Engenharias, Humanidades, Letras, Artes, Ciências Sociais e Aplicadas.

As aulas serão bilíngues em português e espanhol. Deste modo, os vestibulandos que veem a Unila como uma alternativa extra na hora de escolher a universidade, devem reforçar as aulas da língua estrangeira não apenas para o processo seletivo, mas para todo o período acadêmico, levando em conta que metade dos professores e alunos será de brasileiros e a outra metade virá de outros países da região. A intenção é atender 10 mil alunos até 2015 e o primeiro processo seletivo deve ocorrer ainda no segundo semestre deste ano.


Instituição pretende integrar a educação superior latino-americana

O projeto pedagógico contará com quatro eixos: integração no plano da cultura, das instituições, da biociências e da integração física. Os cursos estarão relacionados a áreas de interesse mútuo dos países-membros do Mercosul, com ênfase em temas que envolvam exploração de recursos naturais e biodiversidade transfronteiriça, estudos sociais e linguísticos regionais e relações internacionais.

A seleção dos alunos brasileiros deve ocorrer a partir das notas dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os alunos estrangeiros passarão por avaliação semelhante a ser realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A nova universidade terá sede em Foz do Iguaçu, Paraná, na fronteira com Argentina e Paraguai. Mas será que essa integração pretendida entre o Brasil e os demais países da América Latina acontecerá na prática?

A promoção do desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional será obtida? Como ficará a América-Latina diante da globalização e da sociedade do conhecimento? Haverá a difusão de experiências acadêmicas ou a Unila não produzirá os efeitos esperados? Não deixem de opinar! Afinal, vocês farão parte, em breve, do rol da educação superior latino-americana.