Nas últimas semanas, começaram a circular notícias sobre um jogo virtual com tendências suicidas, que vem ganhando a popularidade de adolescentes brasileiros conectados a internet e, com isso, preocupando pais, educadores e autoridades em geral. Trata-se do jogo chamado Baleia Azul (Blue Whale).
Até onde se sabe, o Baleia Azul é um jogo de desafios via Facebook ou Whatsapp, que instiga os jogadores, na grande maioria adolescentes entre 12 a 17 anos, a cumprirem 50 tarefas envolvendo mutilações e lesões corporais, sendo a última delas tirar a própria vida.
O nome se deve ao fato de que a espécie Baleia Azul, presente nos Oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico, chega a procurar as praias, por vontade própria, para morrer,
Como surgiu o jogo
Tudo teria começado na Rússia, com a divulgação de uma notícia falsa sobre um jogo em uma rede social, que estaria levando jovens ao suicídio. Posterior a isso, começaram a ser noticiados casos na imprensa de centenas de jovens que teriam tirado a vida, por terem chegado ao fim dos desafios propostos no Baleia Azul.
No entanto, não houve comprovações concretas de que as mortes estariam ligadas ao jogo e muitos acreditam que tudo não tenha passado de um simples boato, que acabou tomando proporções muito maiores do que o esperado.
E por falar em boato, também surgiram alguns dizendo que o jogo poderia ter sido inspirado na série de TV americana, exibida pelo Netflix, 13 Reasons Why (13 Motivos), que conta a história de uma menina que deixa fitas cassetes explicando as razões que a levaram a cometer suicídio.
O jogo no Brasil
No Brasil, o alerta sobre a prática envolvendo o jogo começou depois que foram divulgadas as mortes de dois jovens, de estados diferentes, e que apesar de ainda não terem sido confirmadas, podem estar ligadas ao jogo, além de outras tentativas de suicídio que estão sendo investigadas.
O que se sabe até agora é que o jogo possui administradores chamados “curadores”, que aproveitam de um perfil de jovem: aqueles com algum tipo de fragilidade e com tendência à depressão. Dentre as tarefas exigidas pelos curadores estão, por exemplo, desenhar uma foto de uma baleia azul na mão com uma navalha e enviar a foto para o respectivo curador.
Como agir?
Mesmo o jogo Baleia Azul podendo não ser real, o fato é que no Brasil, assim como em outros países, cresce o número de jovens que tiram a própria vida e ninguém sabe o porquê desses índices. Na busca por uma resposta ou algo que justifique, o Baleia Azul pode ter sido inserido nesta questão como forma de alerta.
Profissionais como psicólogos, psiquiatras, terapeutas e professores orientam os pais sobre ficarem atentos ao que seus filhos acessam na internet e que verifiquem qualquer mudança ou alteração de comportamento depressivo ou introspectivo dos filhos, bem como qualquer indício de lesão em seus corpos.
Também é preciso falar abertamente com os filhos sobre o jogo, alertando-os sobre a preocupação e oferecendo ajuda, se necessário. A proibição e o controle da internet não é recomendável, pois podem gerar mais interesse. Estabelecer regras para o uso da tecnologia pode ser uma boa solução.
No caso de adolescentes que ainda não têm maturidade suficiente para entender esses riscos e as possíveis consequências, averiguar o histórico de navegação e de trocas de mensagem podem ser ótimos recursos e, neste caso, não será invasão de privacidade, mas sim proteção e cuidado.
Baleia Rosa – o jogo oposto
Em reação ao Baleia Azul, publicitários criaram o Baleia Rosa no Facebook, que é uma versão positiva do jogo suicida. No Baleia Rosa, é incentivada a generosidade, a autoestima e a lista de 50 tarefas do bem, como “grite na rua: eu me amo” e “converse com alguém com que você não fala há muito tempo”.
Os criadores da página, que preferiram não se identificar, também disseram ter recebido publicações de pessoas com depressão e pedidos de ajuda. Por conta disso, eles buscaram uma psicóloga para responder as mensagens mais complexas.
Influência digital
É triste notarmos o quanto o jogo Baleia Azul só nos reforça como a influência digital pode afetar de maneira drástica a vida de muitos jovens, principalmente destes acometidos por alguma angústia ou certo tipo de depressão.
Por mais que possa parecer piegas, é importante que os pais tenham controle do que os filhos adolescentes estão fazendo nas redes sociais a fim de evitar que tragédias maiores possam acontecer.