PUBLICIDADE
Em São Paulo uma situação inusitada: uma mulher carregou em seu ventre os óvulos fecundados de sua companheira. Na prática, ela esteve grávida de sua namorada. Pela lei, a mãe biológica é aquela que dá à luz um bebê, mas o resultado do exame de DNA dessas crianças (são gêmeos) vai demonstrar outra coisa.
O desejo das “mães” é que os bebês tenham em seus registros, no campo filiação, os nomes das duas. Nos Estados Unidos e na Espanha houve casos parecidos, mas só o país europeu permitiu o registro de dupla maternidade.
No Brasil, o garoto Chicão, filho de Cássia Eller, teve sua guarda entregue à companheira de sua mãe, Maria Eugênia, depois da morte da cantora. Esse caso abriu um precedente nunca antes registrado no país.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme3.jpg)
O garoto Chicão e suas duas mães: Cássia Eller e Maria Eugênia
A mãe que doou os óvulos conseguiu da empresa onde trabalha a licença-maternidade de quatro meses, cedida apenas às mulheres que dão à luz. Para se fazer uma comparação, os pais só têm direito a uma semana de afastamento remunerado do trabalho quando nascem seus filhos.
Um outro casal lésbico que mora em Santa Catarina conseguiu na Justiça o mesmo que tenta o casal paulista. A tendência é que a sociedade encontre novas denominações para este tipo de estrutura familiar, assim como foram inventadas as palavras “madrasta” e “padrasto”.
O tabu dentro de casa
Mesmo com os avanços sociais, ter um filho ou filha homossexual ainda é muito complicado, pois a maioria afirma que não tem preconceito, mas que não aceita que isso aconteça dentro de sua casa.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme1.jpg)
A vontade de muitos pais é que o homossexualismo pudesse ser revertido em heterossexualimo
A dificuldade em aceitar um filho homossexual é compartilhada por muitas famílias e é sobre a forma de se lidar com isso que a professora Edith Modesto concedeu uma entrevista à Revista Época do dia 07 de maio de 2009.
Modesto, 71 anos, criou a ONG Grupo de Pais de Homossexuais depois de descobrir que um de seus filhos é gay. A ONG visa atender e ajudar não só os pais, mas toda a família que sofre com essa descoberta.
Segundo ela, os homossexuais são menos expulsos de casa nos dias de hoje porque os pais também sofrem a pressão de não poderem ser “caretas”, radicais e intransigentes. O problema é que o mal-estar dentro de casa acaba ficando pior que o fora dela.
A aceitação dos pais pode passar por etapas como a de achar que é só uma fase, um problema psicológico ou até mesmo safadeza pura e simples. Outros preferem compreender os filhos e tentar entender mais sobre o assunto. É comum as mães procurarem explicações genéticas a fim de eximir de si a culpa que carregam pensando na vertente da Psicologia que costuma colocar a mãe como determinante nas opções feitas pelo filho.
O tabu dentro da escola
No início de 2009 um garoto foi recusado por sete colégios particulares de São Paulo. O problema é que ele, apesar de homem, se sente como mulher, atitude conhecida como transexualismo. Tudo o que conseguiu foi uma vaga em uma escola especial, voltada para aqueles que têm alguma deficiência de aprendizagem.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme2.jpg)
Casal paulista que tenta registrar seus filhos em nome das duas
Em outra escola do interior de São Paulo, outro garoto foi impedido de receber um material pelo professor, que o chamou de “bicha”.
Uma garota no Tocantins atracou-se com uma colega que a chamava constantemente de “sapatão”. Em resposta à agressão, a escola a enviou para a orientação psicológica enquanto a outra nada sofreu.
Todos esses casos mostram claramente como a escola não está preparada para lidar com estudantes homossexuais. O Ministério da Educação (MEC) vem financiando um projeto que distribui kits didáticos, além de formar educadores para ajudar as escolas a lidar com esses alunos. O mesmo projeto ainda realiza encontros regionais com as secretarias de Educação, ONG’s e universidades, a fim de promover um debate saudável sobre a questão.
É muito usual que alunos transexuais desistam de estudar por se sentirem rejeitados por professores e colegas. No Pará, por exemplo, a secretaria de Educação criou uma portaria que permite a esses alunos decidir, no ato da matrícula, o sexo e o nome pelo qual quer ser chamado. Funcionários, professores e diretores têm que tratá-los como está registrado. A mesma secretaria constatou 111 casos de jovens de 19 a 29 anos que optaram por esta matrícula especial e que já haviam abandonado os estudos pelo menos uma vez.
Mudanças
A homofobia está baseada no machismo. Os homens pensam que ridicularizando os gays eles demonstram ser mais machos. A tendência é que ao longo dos anos este tipo de atitude seja cada vez menos encontrada.
Uma nova geração de educadores vem tentando amenizar a divisão entre os sexos colocando meninos e meninas para brincar nas mesmas atividades e ouvir fábulas em que o príncipe salva a princesa e às vezes a princesa salva o príncipe.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme.jpg)
O ideal é que todos vivam em harmonia, apesar das diferenças
Em Piracicaba, interior de São Paulo, a ONG Centro de Apoio e Solidariedade à Vida realiza oficinas com estudantes do Ensino Médio. A intenção é que eles, ao conhecer mais de perto essa realidade, eliminem gradativamente o preconceito até ele desaparecer por completo. Mas até lá há um longo caminho.
E na sua escola, como são tratados os alunos homossexuais? Os diretores e coordenadores tomam parte de ações para evitar que o preconceito ganhe os estudantes? Relate casos de seu conhecimento para que o debate se enriqueça!
O desejo das “mães” é que os bebês tenham em seus registros, no campo filiação, os nomes das duas. Nos Estados Unidos e na Espanha houve casos parecidos, mas só o país europeu permitiu o registro de dupla maternidade.
No Brasil, o garoto Chicão, filho de Cássia Eller, teve sua guarda entregue à companheira de sua mãe, Maria Eugênia, depois da morte da cantora. Esse caso abriu um precedente nunca antes registrado no país.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme3.jpg)
O garoto Chicão e suas duas mães: Cássia Eller e Maria Eugênia
A mãe que doou os óvulos conseguiu da empresa onde trabalha a licença-maternidade de quatro meses, cedida apenas às mulheres que dão à luz. Para se fazer uma comparação, os pais só têm direito a uma semana de afastamento remunerado do trabalho quando nascem seus filhos.
Um outro casal lésbico que mora em Santa Catarina conseguiu na Justiça o mesmo que tenta o casal paulista. A tendência é que a sociedade encontre novas denominações para este tipo de estrutura familiar, assim como foram inventadas as palavras “madrasta” e “padrasto”.
O tabu dentro de casa
Mesmo com os avanços sociais, ter um filho ou filha homossexual ainda é muito complicado, pois a maioria afirma que não tem preconceito, mas que não aceita que isso aconteça dentro de sua casa.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme1.jpg)
A vontade de muitos pais é que o homossexualismo pudesse ser revertido em heterossexualimo
A dificuldade em aceitar um filho homossexual é compartilhada por muitas famílias e é sobre a forma de se lidar com isso que a professora Edith Modesto concedeu uma entrevista à Revista Época do dia 07 de maio de 2009.
Modesto, 71 anos, criou a ONG Grupo de Pais de Homossexuais depois de descobrir que um de seus filhos é gay. A ONG visa atender e ajudar não só os pais, mas toda a família que sofre com essa descoberta.
Segundo ela, os homossexuais são menos expulsos de casa nos dias de hoje porque os pais também sofrem a pressão de não poderem ser “caretas”, radicais e intransigentes. O problema é que o mal-estar dentro de casa acaba ficando pior que o fora dela.
A aceitação dos pais pode passar por etapas como a de achar que é só uma fase, um problema psicológico ou até mesmo safadeza pura e simples. Outros preferem compreender os filhos e tentar entender mais sobre o assunto. É comum as mães procurarem explicações genéticas a fim de eximir de si a culpa que carregam pensando na vertente da Psicologia que costuma colocar a mãe como determinante nas opções feitas pelo filho.
O tabu dentro da escola
No início de 2009 um garoto foi recusado por sete colégios particulares de São Paulo. O problema é que ele, apesar de homem, se sente como mulher, atitude conhecida como transexualismo. Tudo o que conseguiu foi uma vaga em uma escola especial, voltada para aqueles que têm alguma deficiência de aprendizagem.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme2.jpg)
Casal paulista que tenta registrar seus filhos em nome das duas
Em outra escola do interior de São Paulo, outro garoto foi impedido de receber um material pelo professor, que o chamou de “bicha”.
Uma garota no Tocantins atracou-se com uma colega que a chamava constantemente de “sapatão”. Em resposta à agressão, a escola a enviou para a orientação psicológica enquanto a outra nada sofreu.
Todos esses casos mostram claramente como a escola não está preparada para lidar com estudantes homossexuais. O Ministério da Educação (MEC) vem financiando um projeto que distribui kits didáticos, além de formar educadores para ajudar as escolas a lidar com esses alunos. O mesmo projeto ainda realiza encontros regionais com as secretarias de Educação, ONG’s e universidades, a fim de promover um debate saudável sobre a questão.
É muito usual que alunos transexuais desistam de estudar por se sentirem rejeitados por professores e colegas. No Pará, por exemplo, a secretaria de Educação criou uma portaria que permite a esses alunos decidir, no ato da matrícula, o sexo e o nome pelo qual quer ser chamado. Funcionários, professores e diretores têm que tratá-los como está registrado. A mesma secretaria constatou 111 casos de jovens de 19 a 29 anos que optaram por esta matrícula especial e que já haviam abandonado os estudos pelo menos uma vez.
Mudanças
A homofobia está baseada no machismo. Os homens pensam que ridicularizando os gays eles demonstram ser mais machos. A tendência é que ao longo dos anos este tipo de atitude seja cada vez menos encontrada.
Uma nova geração de educadores vem tentando amenizar a divisão entre os sexos colocando meninos e meninas para brincar nas mesmas atividades e ouvir fábulas em que o príncipe salva a princesa e às vezes a princesa salva o príncipe.
![](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/feme.jpg)
O ideal é que todos vivam em harmonia, apesar das diferenças
Em Piracicaba, interior de São Paulo, a ONG Centro de Apoio e Solidariedade à Vida realiza oficinas com estudantes do Ensino Médio. A intenção é que eles, ao conhecer mais de perto essa realidade, eliminem gradativamente o preconceito até ele desaparecer por completo. Mas até lá há um longo caminho.
E na sua escola, como são tratados os alunos homossexuais? Os diretores e coordenadores tomam parte de ações para evitar que o preconceito ganhe os estudantes? Relate casos de seu conhecimento para que o debate se enriqueça!