A dança na “chuva de fake news” do Ministro da Educação

Ministro da Educação surpreendeu a internet com publicação de vídeo em rede social com paródia do musical do cinema Cantando na Chuva.
Em 11/06/2019 12h33 , atualizado em 11/06/2019 14h04 Por Érica Caetano

Ministro Weintraub aparece de guarda-chuva no seu perfil pessoal
Ministro Weintraub aparece de guarda-chuva no seu perfil pessoal
Crédito da Imagem: MEC - reprodução Twitter
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Os últimos meses têm sido bem “musicais” no Ministério da Educação (MEC), se é assim que podemos classificar. Depois de diversas trocas de secretários e até de ministro, Abraham Weintraub assumiu a pasta e parece gostar de polêmicas.

Eis que no final no mês de maio, com um mês a frente do Ministério, o ministro decidiu inovar em um de seus posts em sua conta na rede social Twitter.  No curto vídeo, Weintraub canta parodiando a trilha da célebre cena do cinema, do filme “Cantando na Chuva”, de 1952, com Gene Kelly, para dizer que estão difamando o órgão com calúnias na internet, o que ele diz serem fake news.

Saiba o que são fake news

O desenrolar do vídeo

Abraham aparece em cena “cantarolando” com um guarda-chuvas nas mãos e diz a frase: “está chovendo fake news!” Estas a qual ele se refere seriam em relação ao corte de verbas para obras no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que pegou fogo em setembro do ano passado, destruindo a maior parte do acervo de 12 mil itens do prédio com mais de 100 anos. 

Leia também: O que foi perdido no incêndio do Museu Nacional?

O vídeo continua com ele alegando que “pessoas que estão de mal com a vida tenta macular a imagem do MEC”, alfinetando também o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, afirmando que o mesmo não conseguiu explicar o porquê do incêndio, e que agora estão dizendo que as obras de restauração do museu estariam sendo paralisadas pelo Ministério da Educação.

Então entram as suas justificativas, nas quais afirma que havia emendas parlamentares de 55 milhões para recuperar o museu, mas que os deputados do estado do Rio de Janeiro decidiram reduzir em 12 milhões o valor da verba, sobrando 43 milhões para as obras e que isto não tinham nada a ver com o MEC. 

O ministro também diz que mesmo que a redução não tivesse ocorrido e que o dinheiro já estivesse disponível, as obras não poderiam ser iniciadas, já que o projeto de recuperação do museu não foi protocolado.

O grande final do vídeo, que tem duração de um minuto e 22 segundos, é a saída de cena de Weintraub, com o guarda-chuva em mãos e afirmando: “Pára de chover aqui no MEC! Até mais!”

Qual a intenção?

Não, não é uma história fictícia o relatado nos parágrafos acima. Seria cômico se não fosse trágico, não é mesmo? O que fica no ar é qual a intenção do ministro ao fazer um vídeo desses diante de tantos outros problemas a serem cuidados e tratados?

Ok, por mais que Abraham Weintraub esteja recheado de boas intenções, ao fazer um vídeo que para ele (e para outros) possa ser considerado de tom descontraído, para muitos outros soa como deboche e falta de profissionalismo a frente do órgão e tudo o que ele representa. 

Há a necessidade de se ter o mínimo de postura ao estar num cargo como este e tratar de assuntos que tenham relevância para a sociedade como um todo, já que a reforma do museu se trata de algo que é de interesse público. 

A forma como é feito o repasse da mensagem aos interessados não transmite respeito nenhum a então figura do ministro da Educação, nos remetendo a algo bem ridículo, inclusive.

O que preocupa é até que ponto chegaremos, já que limite parece ser uma coisa que não existe ou não é/está sendo utilizado.

O MEC é uma das pastas mais importantes do governo, já que trata do que pode ser a saída para milhares de jovens, que é a EDUCAÇÃO. Banalizá-lo de tal forma com um representante atuando desta maneira nos preocupa, nos descrença, nos desmotiva na esperança de dias melhores para o país.

E você? O que achou do vídeo? Dê a sua opinião!