A fantasia da redução - Banco de redações

Observa-se, com frequência, notícias acerca de crimes cometidos por jovens, o que causa indignação popular, de modo que, reacende uma antiga discussão a cada vez que um novo crime é praticado por menor: a diminuição da maioridade penal. Nega-se, com isso, a ideia de que o jovem em conflito com a lei é punido, segundo as diretrizes do Estatuto da Criança e (do) Adolescente. Contudo, o ponto chave, nesse debate é: a reintegração do jovem no sistema carcerário, e sansões sanções mais severas(,) reduzirá reduzirão crimes?

É importante ressaltar que o Conselho Nacional de Justiça, estima (em) 70% (o índice) de reincidência criminal no país, sendo consequência de um sistema carcerário em colapso que não reintegra e reeduca. Cabe, entretanto, um olhar mais crítico, pois os presídios brasileiros são verdadeiras escolas do crime organizado. Muitas vezes, pessoas são presas por terem cometido pequenos delitos e, pelas condições carcerárias, acabam ingressando em grandes associações criminosas. Vê-se, pois, que diminuir a maioridade penal não implica na ressocialização de jovens e potencializará instituições criminosas.

Vale evidenciar, nesse caso, (que) estudos no campo da criminologia e das ciências sociais têm demonstrado que não há relação direta de casualidade entre a adoção de soluções punitivas e repressivas e a diminuição dos índices de violência. Nos Estados Unidos, jovens que cumpriram penas em penitenciárias voltaram a delinquir e de forma mais violenta. No sentido contrário, no entanto, se observa que são as políticas e ações de natureza social que desempenham função na redução das taxas de criminalidade. Por todas essas razões(,) sansões sanções mais severas não reduzirão crimes.

Nesse contexto, fica claro que a redução da violência sob a ótica punitivista, se demonstra ineficiente, portanto, medidas e políticas de natureza social são necessárias. Diferentemente do que se acredita, é essencial tratar as causas e não as consequências, sendo preciso o trabalho conjunto entre família e Estado. No campo governamental é crucial diminuir a desigualdade social, garantir de fato os direitos fundamentais como educação, saúde, moradia, etc. Além disso, é imprescindível ressocializar infratores. A formação de jovens com moral e ética se dá no contexto familiar, sendo, portanto, determinante maior interação entre pais e filhos. É preciso insistir nesse caminho, afinal, educar as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.