Currículo escolar: mudanças são perigosas - Banco de redações

Atualmente, existem diversas propostas de modificações do currículo escolar. Muitos estudantes gostariam de moldar o currículo de seus cursos conforme suas preferências. Também há políticos que acreditam que se as escolas ensinassem mais sobre um tópico e menos sobre outro, a educação brasileira seria melhor. Porém, a atual grade curricular foi aperfeiçoada durante décadas e qualquer alteração não extensamente discutida com educadores e educandos ou pouco testada pode fazer muito mais mal do que bem para a educação do país.

Muitas propostas discutidas pelo legislativo não surgem de sugestões de escolas, de sindicatos de professores ou, ainda, das universidades, mas de políticos que, quase sempre, já concluíram o Ensino Médio – se o fizeram – há décadas. O representante público, embora bem-intencionado, não está a par dos atuais problemas e dificuldades do sistema educacional brasileiro como os profissionais da área, que deveriam ser consultados antes de quaisquer mudanças.

Também é interessante a realização de verdadeiros experimentos científicos antes da implementação de uma nova disciplina ou mudança de carga horária mínima em escala nacional. Algumas escolas, de diferentes regiões do país, escolhidas randomicamente pelo governo, deveriam modificar seu currículo anos antes das novas grades entrarem em vigor. Então, somente se os resultados fossem bons, as novas leis passariam a valer. Mesmo que a maioria acredite que determinada alteração trará resultados positivos, testes reais são necessários para se comprovar a eficiência – ou se descobrir a ineficiência – de uma medida.

O currículo escolar não é – e nem deveria ser – imutável: pois precisa ser adaptado aos novos tempos, porém, com muita cautela e estudo, para garantir que boas intenções não gerem resultados catastróficos.