Laranja mecânica e o ensino despótico - Banco de redações

No livro "Laranja mecânica" de Anthony Burgees, o protagonista é submetido a um processo de "reeducação" o qual o faz assimilar os assuntos sociais de maneira brusca e massiva, desprovida de um real ensino. Tal conjuntura pode ser notada na atual grade curricular brasileira, a qual condiciona os alunos a terem um ensino massificador e muitas vezes improdutivo. O atual modo de ensino e a grade curricular no Brasil ainda são regidos pelas normas do século XX e isso ocasiona uma incompatibilidade de valores entre os envolvidos na educação. O currículo escolar cada vez mais massificador desestimula o aluno que não se identifica com algumas áreas do conhecimento, obrigando-o a assimilar conteúdos de maneira acrítica e sem ter o devido aproveitamento intelectual. Em 2011, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) brasileiro foi de 3,5 em uma escala de 0 a 10; isto fortifica a ideia de que a educação nacional é mais massificada do que assimilada. Convém lembrar ainda que algumas disciplinas muito importantes para a formação cidadã são, na maioria das vezes, esquecidas. A filosofia, ciência herdada dos gregos, é fundamental para desenvolver o diálogo e o pensamento crítico de um aluno(,) ajudando-o a ser mais ativo no que concerne à discussão pública. A sociologia e a economia também devem ser matérias mais valorizadas no meio escolar, com elas o estudante entenderá mais claramente o que se passa em sua pátria e(,) consecutivamente consequentemente(,) ser mais proativo. A maneira brusca e ineficaz de assimilação de conteúdos idealizada em "Laranja mecânica", portanto, é notada no Brasil através de sua atual grade curricular nas escolas. Cabe aos envolvidos -Estado, escola e sociedade- a discussão sobre a reforma de conteúdos mais identificáveis com a realidade de um aluno do século XXI. Além disso, a devida atenção expedida à filosofia, sociologia e economia é uma boa maneira de começar tal reformulação, a fim de aprimorar o real ensino no Brasil.