(A) Capa da revista Veja na antevéspera da eleição deste ano de 2014, acusando irresponsavelmente a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula de saberem do esquema de corrupção na Petrobrás, reacendeu o debate sobre os limites da liberdade de imprensa e fez com que, reeleita, Dilma levantasse a bandeira de democratização da mídia. Temida por todos jornalistas* e empresas de comunicação mundo afora, a lei já é realidade em vários países, não somente os sempre citados latino-americanos.
Argentina e Venezuela são países usados como exemplo na maioria das vezes que se pretende debater, ou melhor, rechaçar a lei de democratização da mídia. Países como Reino Unido, França e Alemanha são esquecidos, postos convenientemente em segundo plano. Isso porque não é do interesse de parte da mídia ceder monopólio financeiro e ideológico construído ao longo dos anos. Em vez de informar, o objetivo é tumultuar o debate. Dá-lo como encerrado sem antes ser discutido. Ingenuidade pensar, portanto, que há consonância entre o interesse público ao de grandes empresários de comunicação do país.
Estudo sobre a regulação da mídia em 10 países, realizado pelo Coletivo Brasil de Comunicação Social, o "Intervozes", revela que não há motivos para aflição nem teorias conspiratórias mirabolantes. Pesquisa mostra a preocupação dos países na criação de órgãos independentes para regulação do setor, com incidência na garantia de competição, combate à concentração, gestão e na regulação de conteúdo. Todos os órgãos pesquisados têm mecanismos de transparência, em que participam membros da sociedade civil, dos poderes Executivo e Legislativo, excluindo intervenção maciça do governo ou de líderes do setor regulado.
A regulamentação da mídia irá fortalecer a democracia brasileira à medida que viabilizar a participação popular em questões fundamentáveis fundamentais de utilidade pública, que não podem ficar reféns ao interesse econômico de terceiros, cuja minoria controla grandes meios de comunicação do país. É imprescindível que a sociedade civil se organize e participe das discussões de regulação, criando consensos e pressionando o governo por independência e pluralidade no setor.
Comentários do corretor
* Há jornalistas que apoiam a democratização da imprensa e sua regulação. Cuidado com as generalizações.
Atenção à coesão e à grafia correta das palavras.
Bom texto! Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, crítica e em sua maioria coerente.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 9 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |