Ouvir os dois lados pelo bem da Democracia - Banco de redações

A mídia é um veículo bastante poderoso como formador de opinião. No Brasil, diversas famílias dominam os principais veículos de mídia, e são donas de inúmeros jornais, revistas, e emissoras de rádio e TV. Dessa forma, há muito se discute a regulamentação da mídia no país e a importância de tal medida para a consolidação da democracia.

Mesmo que a Constituição Federal de 1988 proíba a formação de oligopólios nos meios de comunicação eletrônicos, ainda hoje vemos clãs dominando a mídia no Brasil. Podemos citar como exemplo a família Marinho, das Organizações Globo, e suas diversas afiliadas, entre elas a família Sirotsky, da Rede Brasil Sul, que possui em seu domínio os principais jornais e emissoras de rádio e TV no sul do país. Assim, regulamentar a mídia é fazer cumprir a lei. Há quem suspeite de uma possível censura por parte do atual governo, mas, nos Estados Unidos, país longe de ter ideais de esquerda, uma empresa de rádio não pode ser dona de um jornal, por exemplo, evitando assim a concentração dos meios de comunicação, de modo a não prejudicar a democracia e principalmente o livre mercado.

Sabemos que os maiores veículos de mídia no Brasil são ligados a alas conservadoras da sociedade; logo, a perspectiva adotada na apresentação das notícias por esses veículos também terá esse viés. Para quem deseja formar a própria opinião, entretanto, é necessário ouvir os dois lados. Assim, a regulamentação da mídia de modo algum fere a liberdade de imprensa; pelo contrário, promove a diversificação dos pontos de vista e fortalecer a democracia.

A regulamentação da mídia é importante pelo fato de fazer cumprir a lei, evitando que os veículos de difusão concentrem-se nas mãos de algumas organizações, e também por permitir a vazão de diferentes opiniões para uma mesma notícia. Regulamentar os meios de comunicação é democratizar a mídia e permitir a formação de cidadãos mais críticos, o que garante a manutenção e o aprimoramento do regime democrático.