O trottoir do ego travestido de fé - Banco de redações

O passado, o presente e o futuro, guardam uma íntima relação. No hoje, o ontem. No amanhã, o hoje. Retas concorrentes. A sabedoria milenar já bem dizia que as flores do presente estão nas sementes do passado. Alguns dizem carma, outros, ação e reação, díspares maneiras de se dizer a relação passado, presente e futuro. A existência, em si, dum fato denuncia seu começo, quer este conste dos anais históricos ou não.

O tempo se encarregou dum sem número de teorias objetivando esquadrinhar a razão pelas quais os imperiosos conflitos se imortalizam em tal território muçulmano. À luz da bíblia sucedeu-se uma das mais instigantes explicações, a qual dita que Abraão, casado com Sara, estéril, deitou-se com Agar e conceberam Ismael, donde, posteriormente, o produto são os ismaelitas (palestinos). Contudo, por milagre divino, Sara deu à luz Isaque e deste o resultado fora Israel, donde se originam os israelitas, daí a fonte primeira das contendas erigidas durante o tempo entre israelitas e palestinos. À época da conversão de Constantino muitos adeptos do cristianismo renegaram a vida no império e migraram para os desertos. Fitando fugir das práticas pagãs adentradas no seio da igreja, e, agora, habitando o deserto, tais quais ermitões erigiram os mosteiros. Olvidaram estes, contudo, que do coração emanam os ditames norteadores de sua vida; destarte, por onde seguiam resquícios do pecado alertavam de sua passagem.

Os homens, menos racionais, mais emocionais, por vezes cedem às paixões nefastas, as quais, sem fronteiras, resultam em cataclismos, tal qual a decapitação do repórter norte-americano Foley. Deveras, a realidade desenha o estado de natureza em que extremistas capitulados, na teoria, como que no estado social, encontram guarida. A fim de afagar suas emoções se mostram juristas duma teodiceia, a qual não lhes pertence a jurisdição nem encontra momento oportuno.

No direito islâmico, Xaria, as leis se embasam nas escrituras sagradas. O EIIS*, se valendo de interpretações extremistas do Alcorão, travestindo seu soberbo brio e altivo espírito de fé, sob o pretexto de expansão do islamismo, instaurou a jihad que em nada se difere dum terrorismo caracterizado por frenesi de violência contra a população civil, como forma de se reivindicar anseios políticos, fundados, sobretudo, em disputa territorial e conflitos étnicos e religiosos.

Os princípios são a infraestrutura duma sociedade igualitária e justa. O sangue fervente dos radicalistas resulta em atitudes temerárias aptas a à produção de horrendos espetáculos. Se o presente se faz tão crucial, comporta-se de valia uma hodierna reforma na cosmovisão atual, de tal feita que as crianças do hoje, amanhã modifiquem o seu redor e logrem paz com seus semelhantes. Tal se faz servindo-se duma sistemática e sapientíssima educação desde a mais tenra idade. Salaam aleikum!