Minha redação - Banco de redações

Em 1969, a sociedade conheceu uma das leis mais relevantes para a história da América Latina: a Convenção Americana de Direitos Humanos, cujo texto garante o direito à moradia e a serviços sanitários de qualidade. No entanto, muitos brasileiros - especialmente populações marginalizadas, como pessoas com baixo poder aquisitivo - não vivenciam, em suas rotinas, os benefícios previstos pelo documento legal, na medida em que as mudanças climáticas intensificam a ocorrência de catástrofes que afetam, majoritariamente, pessoas sem acesso a moradias em locais seguros. Faz-se, então, necessário destacar os principais pilares da chaga: a discrepância entre as classes e regiões brasileiras e a alienação social diante desse cenário. (Formulou a tese)

Primeiramente, destaca-se que a desigualdade histórica do país apresenta intrínseca relação com essa situação. Nesse sentido, conforme teoriza o sociólogo Jean Jacques Rousseau, na obra “ O Contrato Social “, a desigualdade social surgiu com base na noção de propriedade privada e na disputa por poder e riqueza dos indivíduos. Essa ideia materializa-se no processo de formação histórica do Brasil, no qual as riquezas e as propriedades foram concentradas, predominantemente, nas mãos das elites, contribuindo, assim, para a instauração de um cenário de desigualdade. Nessa conjuntura, os grupos com dificuldades em comprar casas em partes seguras e limpas dos municípios nacionais ( onde, muitas vezes, demandam um maior investimento ), tendem a serem atingidos facilmente pelas intempéries do clima. Faz-se, então, necessário que o Poder Público crie políticas públicas que contemplem as localidades mais propensas a sofrerem os impactos do desequilíbrio ambiental, para que, assim, seus habitantes tenham seus domicílios preservados. (Delimite as discussões)

(Boa estratégia coesiva) Outrossim, destaca-se a alienação coletiva. Nesse ínterim, a filósofa alemã Hannah Arendt, em sua teoria “A Banalidade do Mal”, refletia sobre o resultado do processo de massificação da sociedade, o qual formou indivíduos incapazes de realizar julgamentos morais e, por isso, que se tornam alucinados e aceitam situações sem questionar. O pensamento da filósofa está relacionado ao contexto de alienação do corpo civil nacional, que se cala mediante situações que prejudicam grupos menos favorecidos, desconsiderando a importância de determinados recursos, como o acesso à serviços sanitários de qualidade, para o cumprimento dos direitos naturais. Nesse contexto, é necessário maior visibilidade pública no que tange ao preconceito ambiental vivido pelos grupos desfavorecidos, a fim de trazer seus posicionamentos aos diversos debates públicos que abordam a problemática. (Delimite a discussão)

(Boa estratégia coesiva) Infere-se, portanto, que são necessárias efetivas ações e debates para atenuar o impacto negativo das mudanças do clima nos direitos básicos do brasileiro . Para isso, cabe ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), (Sem vírgula) oferecer oportunidades de realocação aos cidadãos que sofrem com os perigos das mudanças climáticas (como moradores de encostas de morros). Isso deve ser realizado por meio de investimento massivos nos recursos necessários para o sustento dos indivíduos. Ademais, o MDH, junto ao Ministério das Comunicações (MC), deve divulgar campanhas informativas acerca da problemática em toda nação, através de parcerias com as diversas mídias. Os responsáveis pelo projeto devem ouvir e divulgar a realidade das pessoas afetadas - mediante as devidas autorizações -, com o objetivo de alertar a nação sobre os impactos das mudanças climáticas no dia a dia do brasileiro. Somente assim, o ideal proposto pela Convenção Americana de Direitos Humanos será materializado no país.