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Em sua obra "Ensaio sobre a cegueira", o escritor português José Saramago descreve uma cidade fictícia na qual, paulatinamente, as pessoas vão ficando cegas. Na trama, o autor usa dessa alegoria para criticar a falta de altruísmo e cooperação no mundo contemporâneo, em que os indivíduos se preocupam cada vez menos com o bem-estar coletivo. Ao transpor a ficção e analisar a atual conjuntura brasileira, percebe-se que a obra exemplifica a realidade vivenciada no país, uma vez que a prática persistente do bullying representa um problema que não recebe a devida atenção no território nacional. Nesse contexto, deve-se analisar como a negligência estatal e a falta de medidas eficazes impulsionam tal problemática, com o intuito de solucioná-la. (Muito bem. Formulou a tese)

Diante desse cenário, nota-se a inoperância governamental como fator agravante do problema no Brasil. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em seu texto "As Cidadanias Mutiladas", a cidadania atinge a plenitude de sua eficácia quando os direitos do corpo social, em sua totalidade, são homogeneamente desfrutados. Todavia, no contexto atual, a passividade do Estado distancia a população negligenciada dos direitos constitucionalmente garantidos, à medida que as consequências do bullying se intensificam. Dessa forma, enquanto a máquina pública negligenciar suas responsabilidades, o problema perdurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados de forma sistemática.

​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Ressalta-se, ademais, que a falta de medidas eficazes potencializa esse cenário. Nesse viés, segundo estudos e análises do Ministério da Educação, verifica-se que a perpetuação do bullying nas escolas está intrinsecamente ligada a questões sociais, culturais e psicológicas complexas (Detalhe mais essa discussão). A hierarquização de poder, a falta de empatia e o desrespeito às diferenças são elementos que contribuem significativamente para a manutenção desse comportamento nocivo.

​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao Estado - em sua função de promotor do bem-estar social - implementar políticas públicas abrangentes e eficazes de prevenção e combate ao bullying nas escolas, mediante a criação de programas educativos contínuos, campanhas de conscientização e capacitação de profissionais da educação para lidar com o problema de forma adequada e assertiva. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, poderemos mitigar a cegueira moral que permeia essa questão. (Proposta completa)