A lacuna educacional e a falta de representatividade nas mídias: as causas da ditadura da beleza. - Banco de redações

Chimamanda Adichie afirma que a mudança do “status quo” – o estado das coisas – é sempre penosa. Nessa perspectiva, percebe-se tal dificuldade de mudança na questão da ditadura da beleza – uma chaga social que coloca os aspectos biológicos das mulheres dentro de rigorosos padrões, prejudicando a saúde física e mental delas, que procuram (a qualquer custo) alcançar esses ideais. Nesse contexto, é nítido que o tema é uma discussão importante, logo, deve-se traçar estratégias nas causas do problema: a lacuna educacional e a falta de representatividade por parte das mídias.

Sob esse viés, em primeiro plano, pode-se apontar como um fator determinante a deficiência no sistema de ensino. Para Kant, o homem é resultado da educação que teve. Tal ponto de vista aponta para a lacuna educacional presente no revés, uma vez que muitas escolas não tratam de abordar as sérias idealizações que provêm da ditadura da beleza, como o distorcido pensamento de que existem regras para definir se o corpo feminino é atraente ou não. Isso acontece, (Sem vírgula) porque o governo brasileiro ainda não oficializou uma matéria que fale especificamente sobre o assunto. Por conseguinte, há uma invisibilização do problema, pois os alunos não poderão notar sua relevância, o que, consequentemente, impede que eles reflitam sobre tais idealizações e atuem contra elas (Melhore a construção dessa ideia). Dessa maneira, a mentalidade acerca do tema continuará sem mudança, e as mulheres permanecerão buscando os ideais da beleza.

(Boa estratégia coesiva) Além disso, a ausência de representatividade nas mídias é um impasse para a resolução da problemática. Segundo Rupi Kaur, “a representatividade é vital”. Porém, existe um hiato absurdo na representação do corpo feminino, visto que em alguns filmes e algumas novelas, por exemplo, a mulher é tida como magra e extremamente vaidosa, sempre à procura de novos procedimentos estéticos. Isso ocorre, (Sem vírgula) pois as empresas de “streaming” e televisão, como a Netflix e a Rede Globo, muitas vezes, não se importam em debater sobre os problemas da sociedade, focando, desse modo, apenas no objetivo de entreter seus espectadores. Dessa forma, origina-se uma escassez de personagens que representem a pluralidade feminina, reforçando os estereótipos da ditadura da beleza. Em decorrência disso, muitas mulheres não se sentem representadas, o que impacta, diretamente, na saúde delas, haja vista que tentam atingir o padrão que as mídias promovem, então se alimentam mal, desenvolvendo transtornos psicológicos.

(Boa estratégia coesiva) Portanto, atuar estrategicamente faz-se necessário. Para isso, o Ministério da Educação, órgão responsável pelo ensino, deve incluir a discussão sobre o assunto nas escolas, por meio de uma disciplina chamada “Problemas Sociais”, afim de reverter as falhas na base escolar que imperam. Tal ação pode, ainda, conter materiais didáticos para apoiar os estudantes. Paralelamente, é preciso intervir na falta de representatividade presente na ditadura da beleza. Assim, será possível mudar o estado das coisas, ainda que de forma penosa, como defendeu Adichie. (Proposta completa)