Um país do futuro? - Banco de redações

O livro "Brasil, um país do futuro", do escritor Zweig, apresenta uma visão otimista a respeito do cenário brasileiro nos anos seguintes a sua publicação. Entretanto, a visão do autor ainda não foi concretizada devido ao enfrentamento de mazelas sociais, nas quais se destaca a invisibilidade da mulher no que tange o trabalho de cuidado. Com base nisso, é de suma importância a análise estrutural da problemática e do desafio da super exploração enfrentada pela mulher decorrente do trabalho de cuidado.

Nesse cenário, observa-se que a invisibilidade do trabalho de cuidado da mulher têm raízes históricas. Tal fato se dá, (Sem vírgula) pois o passado escravocrata brasileiro dimensionou uma cultura firmada na submissão dos lares brasileiros, na qual, principalmente mulheres, eram obrigadas a realizar trabalhos domésticos de cuidado, como: cuidadora de idosos e de crianças. Dessa forma, mesmo após a superação da escravidão, a imagem da mulher continua sendo inviabilizada e usada para os propósitos domésticos sem o devido ganho e sem o devido reconhecimento, o que causa sobrecarga na mulher desde o começo de sua vida proativa. Esse fenômeno de normatização da invisibilidade da mulher no trabalho de cuidados é reflexo da incorporação do "Hábitus", do filósofo Bourdieu, o qual afirma que situações, mesmo que absurdas, podem ser normalizadas pela repetição, ou seja, a subjetividade da ação desde o século passado que justifica o atual cenário.

​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Percebe-se, também, que há uma super exploração das mulheres no trabalho de cuidado. Isso porque o histórico desfavorável, relacionado à jornada de trabalho dessa categoria, promoveu um ambiente de condição diminuta da imagem feminina, na qual é normalizada condições insalubres, baixa remuneração e abusos. Assim, a falta de artifícios governamentais de proteção, aliado às necessidades básicas as quais mulheres pobres estão sujeitas, cria um terreno de desigualdade ignorado por um Estado com olhar conivente e omisso para tal situação. Diante disso, a situação de sobrecarga é inevitável e fica constatada quando se observam os dados do IBGE (Desenvolva a siigla), em 2019, os quais mostram que as mulheres têm o dobro da carga horária dos homens nos trabalhos de cuidado, mas recebem menos.

​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, fica claro que há questões profundas sobre as condições da mulher no trabalho de cuidado. Assim, com o intuito de proteger e dar visibilidade a mulher no trabalho de cuidado, Ministério do Trabalho, em parceria com as Secretarias de Defesa Social, deve propor um amplo programa de defesa às mulheres que realizam trabalho de cuidado, por meio de fiscalização e "disk-denúncia". Tal programa deve ter participação de profissionais da área e propor uma nova legislação que garanta dignidade e remuneração justa às mulheres que realizam esses trabalhos. (Proposta completa)