A comunidade na formação do ser humano - Banco de redações

O embate contra a violência nas escolas exige medidas que vão além do fortalecimento da segurança nas instituições. Em meio a ataques como o de Realengo, a comunidade mostra-se como uma aliada decisiva ao bom desenvolvimento psicossocial das crianças.

Atos extremos como o da escola Tasso da Silveira ilustram uma premeditação por parte do atirador que efetuou 60 disparos matando 12 estudantes. Argumenta-se que, durante a infância, o criminoso foi vítima de bullying e apresentava casos de esquizofrenia na família. Dessa forma, embora tenham suas utilidades, as barreiras eletrônicas não teriam solucionado o problema e poderiam, inclusive, ter induzido o assassino a buscar outras formas, talvez até mais danosas, de descarregar sua revolta.

Quando se fala em iniciativas que minimizem a violência escolar, é crucial atuar na aceitação das diferenças, bem como na inibição de sentimentos como vingança e ressentimentos. Em vez de fechar as portas, o fortalecimento das relações entre alunos, professores e uma maior integração com a comunidade evitará que as pessoas queiram se vingar do sistema.

Nesse sentido, não se pode pensar em segurança nas escolas com soluções pontuais, mas no combate às causas que levam a tragédias como a de Realengo. A transformação na cultura escolar de forma a agregar a comunidade às relações entre alunos e professores fará, portanto, com que as pessoas entendam que uma arma não é o meio para resolver seus problemas.