Se para Isaac Newton toda ação possui uma reação, para a consolidação das tradições sociais, culturais e políticas de um povo não poderia ser diferente. Assim, a desinformação histórica acaba desencadeando uma reação negativa na fortificação de um Estado Democrático de Direito. Dessa forma, tanto a disseminação de conhecimentos estereotipados, quanto a difusão de preconceitos com o diferente são consequências da pouca criticidade sócio-histórica.
É indubitável, pois, que o incremento do Meio técnico- científico- informacional e o dinamismo capitalista estejam entre as causas da transmissão de informações estereotipadas. À vista disso, como já dizia Karl Marx, por meio do Materialismo Histórico, sendo a história da humanidade baseada na luta das ideias e do poder político, é fundamental a sua análise evolutiva para a compreensão da realidade atual de forma imparcial e crítica. Destarte, um conjunto populacional que desconhece o seu passado e os diversos lados de um mesmo fato, como em uma crise política, é mais propício à alienação hegemônica sociopolítica e cultural.
Outrossim, a persistência da intolerância e da violência com o outro também é resultado da falta de criticidade dos valores historiográficos. Segundo o filósofo Edmund Burke, um povo que não conhece a sua antecedência está condenado a repetir os erros. Sendo assim, o preconceito imposto aos índios, no Período Colonial, e a prevalência de um estado de intolerância com a diferença, denominado por Voltaire de apanágio da humanidade, ainda hoje, é decorrente da falta de informações étnicas, culturais, religiosas e sociais que formam a identidade de uma nação, cabendo ao setor educacional buscar alternativas curriculares para a desconstrução de tal problema.
É imprescindível, portanto, assim como para Rousseau, a intervenção do Estado na consolidação do bem comum civil. A ampliação e a valorização da grade didática, que visa o ensino da história, seja pela difusão da cultura afro-brasileira, seja pelo reconhecimento da cultura indígena, como proposto pela lei nº 10.639/3 (,)é fundamental para a preservação da memória passada. Também é importante a formação de docentes bem capacitados na transmissão de conhecimentos historiográficos e o uso da interdisciplinaridade de forma sociocrítica, para a compreensão dos fatos de maneira imparcial e condizente com o contexto atual.
Comentários do corretor
Texto ótimo! Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente, crítica, muito bem desenvolvida e com domínio da norma padrão. Atente-se apenas a algumas vírgulas.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 10 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |