Admirável mundo novo: análise e história - Banco de redações

No romance "Laranja mecânica"(,) de Anthony Burgees, o protagonista Alex é submetido a um processo de "reeducação social" massivo, despótico e desprovido de qualquer criticidade. Tal conjuntura soma-se ao mundo idealizado por Aldus Huxley em seu livro "Admirável mundo novo", onde as personagens são condicionadas a agirem e a pensarem de forma acrítica e moldada, configurando uma robotização de opiniões. Esses enredos literários, embora fictícios, podem ser notados na sociedade atual quando não se dá o devido destaque ao estudo da história da humanidade.

Na Câmara dos Deputados em Abril de 2016, ao tornar seu voto público para o prosseguimento do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o político Jair Bolsonaro enalteceu a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, considerado um torturador na República de 64 no Brasil. Tal discurso, ao ser assistido por pessoas que não conhecem os horrores cometidos pelo coronel contra a humanidade, pode ser disseminado e aceito como uma verdade, tornando a figura de um ditador em herói nacional, devido à desinformação histórica.

De forma análoga, o alferes Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes - passou da alcunha de traidor do governo de Portugal no Brasil colônia a mártir nacional para a recém-nascida República brasileira em 1889. Convém lembrar ainda que a análise de fatos históricos também foi crucial aos caminhos dados às guerras do século XX. O regente Alemão Adolf Hitler decidiu invadir a União Soviética em pleno inverno Russo; a consequência imediata foi a perda considerável de suas tropas, uma vez que elas nunca tinham enfrentado um clima tão hostil. Hitler desconsiderou o que o "general inverno" havia feito com Napoleão Bonaparte, que também perdeu grandes contingentes de seus homens para o rigoso deserto branco que configura o inverno russo.

Em decorrência disso, cabe ao terceiro setor e ao Governo Federal a tarefa de reverter esse cenário. O terceiro setor deve informar e incentivar, por meio de mais palestras e grupos de discussão, as famílias de todo o Brasil sobre a importância de se ensinar desde cedo as crianças a desenvolverem criticidade através do estudo histórico. Por fim, o Estado deve investir na construção de mais espaços públicos que ofertem um grande acervo da história da humanidade e que disseminem leituras dos principais pensadores do século XVIII, XIX e XX.