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As drogas são substâncias que alteram o funcionamento do organismo, podendo ser consideradas legais ou ilícitas, de acordo com a legislação estabelecida. No Brasil, há um grande número de dependentes químicos, inclusive em relação aos compostos ilegais, o que condicionou uma tentativa de mudança das leis, de modo a descriminalizar os usuários e reduzir o estigma sentido por eles. Entretanto, tais medidas não tratam as causas do problema e podem criar uma visão banalizada a cerca acerca dos danos advindos desses compostos.

Ao analisar a realidade social vivida pelos dependentes químicos, é possível constatar que, em muitos casos, a falta de estrutura familiar e educacional incentivou o contato desses indivíduos com as drogas. Isso porque, quando não há um norteamento eficiente da pessoa, no que tange aos valores, princípios de conduta e vivência, ela provavelmente não terá o preparo necessário para discernir os riscos inerentes à vida, como nos casos das drogas, em que há uma ilusória sensação de bem-estar.

Vale salientar, então, que muitos são os danos oriundos da utilização de substâncias psicoativas, pois há uma desrregularação do elas desregulam o organismo. Todavia, a decisão em fazer o uso é uma escolha individual e, por conta disso, fomentam-se discussões sobre a intervenção ou não do Estado nessa esfera da vida particular. Partindo dessa premissa, é fundamental frisar o direito à liberdade de cada cidadão, o que o torna responsável pelos seus atos. Logo, nesses casos, o usuário não deve ser visto como criminoso. Apesar disso, o estigma social recorre sobre ele, tornando sua reabilitação ainda mais difícil.

Outro aspecto a ser destacado diz respeito ao comércio ilegal estruturado em função do tráfico de drogas, cuja consequência é a disseminação da insegurança, decorrente dos frequentes confrontos entre os bandidos e a polícia. Porém, apesar desse método não ser tão eficiente, não cabe uma total modificação da política brasileira sobre as drogas, pois se assim ocorrer, poderá banalizar-se o uso desses compostos, a medida que deixem de ser proibidos.

Portanto, percebe-se que se houver uma clara distinção entre usuário e traficante, a descriminalização do porte para consumo próprio torna-se coerente com o direito de escolha individual, mesmo que esta seja danosa. Mas para que haja um ganho social, é preciso combater o cerce cerne do problema, que é o descaso vivido por grande parte da juventude brasileira. Dentre as medidas cabíveis, destacam-se a estruturação familiar e o incentivo à educação, pois, dessa forma, busca-se formar cidadãos mais conscientes e que deem prioridade à manutenção da vida.