Há milênios, certos tipos de drogas já eram usados em rituais religiosos e para fins medicinais. No entanto, com a criminalização de grande parte de tais produtos, um tabu com relação a seus usos foi criado. Hoje, grande parte desse preconceito provém do desconhecimento acerca das reais consequências do consumo desses itens. Nessa perspectiva, descriminalizar tipos mais brandos para o consumo próprio é fundamental para que o usuário possa ter mais liberdade e para que o combate a elas seja mais eficaz.
Ao contrário do que muitos dizem, o uso de drogas mais leves não é porta de entrada para outras mais pesadas. Segundo o neurocientista Carl Hart, que pesquisou sobre o poder de vício delas, “É verdade que usuários de heroína e cocaína usaram maconha em algum momento, mas o inverso não é verdadeiro.”. Dessa maneira, ao descriminalizar o uso de drogas mais brandas, também será possível fazer campanhas mais esclarecedoras e, assim, o tratamento dos usuários poderá ser feito com antecedência, evitando ainda mais que ele transcenda para outras drogas.
Ademais, a liberação das drogas para o consumo próprio, isto é, o porte em quantidade máxima regulada pelo governo, é essencial para garantir o direito à vida privada do cidadão. Segundo o advogado Augusto Botelho, do IDDD**, o consumo de drogas é um caso de autolesão, e assim como não se pode punir tentativa de suicídio, não se pode punir quem lesa apenas a própria saúde. Logo, é possível inferir que regulamentar é melhor que proibir, pois ao diminuir o preconceito acerca desse “crime”, usuários se sentirão mais à vontade para pedir ajuda.
Portanto, para garantir uma maior liberdade de escolha do cidadão, é viável a descriminalização de drogas mais leves. Se for possível, o governo deverá permitir a existência de pontos de venda regulamentados, que vendam a cada consumidor somente a quantidade permitida pelo Estado (como a exemplo dos chamados Coffe Shops, da Holanda). Ademais, à sociedade, fica o dever de criar campanhas e ONGs que esclareçam mais sobre os efeitos negativos do uso de drogas. Assim, com o apoio da população, o combate a elas será mais eficaz.
Comentários do corretor
* Não se usa ponto final em título.
** Essa sigla não é de conhecimento geral, portanto é interessante explicar do que se trata.
Bom texto. Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente e crítica, explorando citações e informações pertinentes ao assunto.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9.5 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |