Sisu e Prouni. O medo da reprovação
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Muitos jovens sofrem com a ansiedade e com o medo de ser reprovado. Mas, será que tudo isso é necessário?
Neste período de divulgação de resultados do Sisu e do Prouni, é perceptível (e compreensível) a crescente ansiedade, principalmente nos mais jovens, em relação à aprovação.
Os questionamentos intrusivos como “Se eu não passar, minha vida acabou?” ou “Se eu reprovar, sou burro e nunca vou ser ninguém na vida?” invadem a mente de quem se preparou o ano inteiro para os vestibulares, Sisu e Prouni.
Causas do medo da reprovação
Mas, as perguntas que devem ser feitas são: de onde vem tamanha cobrança? Por que acreditamos tanto que uma prova define quem somos?
Muitas vezes, a própria família (que deveria cuidar) traz essa cobrança descabida. Em outras, a realidade econômica impõe um jogo mais duro. Além das muitas escolas que estabelecem um regime de competitividade insalubre entre os alunos, à procura de melhores resultados no Sisu e no Prouni.
Tudo isso cai sobre pessoas que sequer entraram na vida adulta, não são mais crianças, mas também não são adultos formados. Jovens estes que, muitas vezes, ainda estão descobrindo quem são; do que gostam, aonde querem ir; entre outras descobertas.
Isso sem falar que os alunos que escolhem cursos com as notas de corte mais baixas são tratados como preguiçosos, descomprometidos e por vezes ignorados nas salas de aula. Situação que força muitos estudantes a decidirem por graduações que não lhes agradam.
Outro aspecto importante a ser considerado é a subjugação e o desrespeito com profissões que não exigem graduação. Me lembro de um evento que ocorreu em Brasília, em diversas escolas, imagino que tenha acontecido em mais cidades, chamado “e se tudo der errado?”.
Nesta “festa”, os alunos iam fantasiados das profissões que eles se tornariam, caso “tudo desse errado”. Meninos e meninas vestidos de faxineiras, porteiros, cozinheiras, entre outras profissões.
Agora, te pergunto, por que trabalhar em cargos como esses é “dar errado”?
Certamente, são profissões que exigem muito esforço de quem as exerce e, na maioria das vezes, não trazem um retorno financeiro satisfatório. Mas, você corre o mesmo risco sendo um médico ou um advogado infeliz.
Não se engane, um diploma não é prova de que alguém “deu certo”. Ser um profissional realizado tem muito mais a ver com amor pela profissão do que com amor pelo dinheiro.
É possível, sim, ter orgulho do seu trabalho, independente de qual ele seja. Por mais que o senso comum não reconheça, todas as profissões possuem a sua relevância; e orgulho do que se faz pode valer muito mais que dinheiro no bolso.
Ainda há esperança
A maioria dos participantes dos Vestibulares possui entre 17 e 22 anos. Ou seja, são pessoas muito jovens que ainda não viveram a maior parte de suas vidas.
Você reprovou ou conhece alguém que não passou na faculdade este ano? Calma, além das realizações anuais dos processos seletivos, existem muitos caminhos que você pode seguir fora da faculdade.
Vocês ficariam impressionados ao ver a quantidade de universitários que desistem (ou trocam) de seus cursos, largam a faculdade para trabalhar com outras coisas ou até mesmo se formam, mas vão para outras áreas que sequer imaginaram trabalhar um dia.
Se dê uns dias para digerir tudo que está acontecendo e planeje seus próximos passos com calma. Se irá tentar de novo ou se irá optar por conhecer outros caminhos.
Nada está acabado. Ainda há muita vida para ser vivida.