Dicas e temas de História para o Enem 2019

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Professor de História Victor Rysovas lista os temas mais importantes para a prova de História do Enem 2019.

Victor Rysovas é professor de História do Oficina do Estudante
Crédito da Imagem: Oficina do Estudante

Aqui estamos a poucos dias do Enem! Reta final até o exame. Este é provavelmente um dos exames mais importantes para você, vestibulando, mas não é o único. Por isso, fizemos uma seleção de alguns dos mais importantes exames nacionais para comentar seus temas e direcionar seu estudo nas semanas finais. O que se espera é que a preparação já tenha sido feita, que os conteúdos já tenham sido estudados e que nos próximos dias sejam de resolução de exercícios além de pequenos ajustes de conteúdo, mas especialmente exercícios de memorização, para não deixar nada para trás. O que vamos fazer neste texto é olhar para os assuntos que apareceram nas últimas provas e, principalmente, comentar a forma como as questões abordam o tema. Vamos lá?

Era Vargas

Um dos temas mais importantes, não apenas do ENEM mas de todos os vestibulares, é a Era Vargas. O que se explora são questões ligadas ao trabalho, à censura e à cultura, principalmente. O assunto trabalho é fundamental pois reflete o período da modernização do Brasil, com a necessidade de adequação com a CLT e os movimentos trabalhadores. Recentemente o país teve que discutir mudanças no mundo do trabalho, por isso este pode ser um tema mais relevante este ano. No que diz respeito à cultura, fique atento, pois a intervenção do governo com a censura, especialmente com o DIP, também é lembrada pelos examinadores. Temos a presença do rádio, do cinema, de uma fase de urbanização, enfim. 

Brasil colônia

Talvez por ser um período muito longo e relevante para a história do país, o período colonial é também objeto de muitas questões. Neste período chamamos atenção ao descobrimento do Brasil. É importante pensar nas relações de alteridade, ou seja, na relação entre europeus e indígenas, e o estranhamento entre eles. Também temos os temas clássicos das diferenças entre as a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, o olhar sobre os bandeirantes, as mudanças proporcionadas pela vinda da família real e o papel dos Jesuítas. Aqui, no período colonial, entra uma questão que é importante para todos os demais períodos: a escravidão. Não se esqueça que foram motivos econômicos que levaram os portugueses a optar por escravizar os africanos e não os indígenas, e que a formação do Brasil no Atlântico Sul se deve muito a isso.

Segundo Reinado

Ainda na História do Brasil temos outro tema bastante exigido nos vestibulares: o Segundo Reinado. Neste tema é fundamental perceber o acerto político, a chamada “ponte de ouro” entre o Imperador e os coronéis locais, o que trazia estabilidade ao regime. Além disso, podemos falar da relevância da escravidão para o país, tanto no ambiente urbano como rural, bem como das leis emancipacionistas.

Tema certo nos exames são as charges, já que no durante o Governo de Dom Pedro II havia enorme liberdade de expressão. Lembre-se que foi preciso construir a imagem de Dom Pedro II, já que ele foi coroado com menos de 15 anos (era preciso dar a ele uma imagem junto à população de alguém jovem, mas responsável). Importante frisar que a mesma imprensa abandonaria do Pedro II e passaria a fazer charges ironizando seu cansaço, idade e incapacidade de modernizar o país, retratando-o dormindo ou montado em um burro.

História Geral

Do ponto de vista da História Geral podemos destacar três temas também como os mais relevantes: a Antiguidade, Idade Média e a Guerra Fria. Quando pensamos em Antiguidade é fundamental lembrar que é este o período a que chamamos de clássico, ou seja, é ali que temos o que se considera mais fundador da cultura contemporânea. São inúmeros os exemplos de assuntos: a filosofia, política, arte, enfim, diversos são os valores da Antiguidade Clássica que nos servem de exemplo até hoje, tanto gregos como romanos. Os vestibulares procuram abordar as relações políticas, especialmente questões de extensão de direitos, como a Lei das 12 Tábuas em Roma, ou as reformas de Clístenes, Sólon e Drácon. Além disso, a impressionante expansão romana é objeto de pergunta, bem como as estratégias de manter tamanhas conquistas. Sobre a Grécia, sua mitologia e o Período Helenístico são também foco de atenção.

Já a Idade Média podemos dividir nas tradicionais Alta Idade Média e Baixa Idade Média. No primeiro período, é preciso ter atenção à cultura muçulmana, cada vez mais presente no mundo ocidental, e, por isso, cada vez mais presente nas provas. Sobre este assunto vale ressaltar que as questões também são sobre alteridade, aquele olhar sobre o outro e a necessidade dos povos se respeitarem, sem hierarquizar as culturas.

Sobre a Baixa Idade Média os temas são, em geral, sobre a crise do feudalismo e o surgimento do capitalismo, com as rotas comerciais, as feiras, as cidades e as novas formas de trabalho. Lembre-se que são deste período, também, importantes obras de arte, como as catedrais e importantes artistas, como Giotto, Boccaccio e Petrarca. Aqui temos um olhar atento às mudanças de hábito causadas pelas Cruzadas, pelo renascimento urbano, comercial além deste princípio de renascimento cultural

Por fim a Guerra Fria. A segunda metade do século XX é decisiva para a compreensão do mundo atual. Por isso é alvo de muitas questões. Aqui um tema tem chamado cada vez mais atenção: as independências afro-asiáticas. Por conta da necessidade que temos de entender melhor as relações entre Brasil e África nos últimos séculos, a África é tema recorrente no vestibular, não apenas através das obras literárias, mas da História. Assim, Apartheid, Angola e Moçambique são frequentes. Neste tema é importante lembrar que a maior parte das questões são de leitura, ou seja, de interpretação de texto, o que quer dizer que é preciso ser um bom leitor para responder ao que se pede na hora do exame.  Também é fundamental lembrar da situação entre EUA e URSS. Esta questão, socialismo e capitalismo, representa objeto de disputa no caso da Coreia, do Vietnam, de Cuba e todos os seus efeitos, por isso, vale a pena estar atento.

De uma forma geral podemos perceber que os temas trabalho, direitos e alteridade acompanham diversos tempos históricos. Por isso, o candidato que estiver mais atento a eles ao longo dos exames e puder identificar as conquistas de direitos, ou analisar as relações entre culturas diferentes, além de reconhecer avanços políticos em direção à democracia, terá certamente uma chance maior de sucesso. Assim sendo, estude estes períodos, ou qualquer outro período histórico também atento a estas características. Agora, na reta final, procure organizar estas características de cada período: uma ótima estratégia para revisar a matéria e ao mesmo tempo aprofundar seus conhecimentos. Bons estudos e boa sorte!

Victor Rysovas é professor de História do Colégio e Curso Oficina do Estudante