Fisioterapia

A Fisioterapia atua na identificação, prevenção e reabilitação de pacientes com problemas funcionais e de movimentação.
Por Lorraine Vilela Campos

Fisioterapeuta em atendimento com cliente
O fisioterapeuta avalia e diagnostica as alterações cinético-funcionais de órgãos e sistemas do corpo humano.
Crédito da Imagem: Shutterstock
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A Fisioterapia é a área da saúde responsável por estudar, identificar/diagnosticar, prevenir e reabilitar pacientes com distúrbios de movimento e funcionais de órgãos e sistemas (distúrbio cinético funcional). O profissional da Fisioterapia é o fisioterapeuta e sua principal função é promover a saúde e qualidade de vida.

O profissional é habilitado para tratar doenças decorrentes de traumas, alterações genéticas ou adquiridas por outras causas. A Fisioterapia atua na recuperação do paciente e na preservação de órgãos, sistemas e funções, levando em consideração também a realidade da pessoa e suas características psicológicas, os chamados aspectos psicossociais. 

O fisioterapeuta atua nos três níveis da saúde:

  • Primário: prevenção

  • Secundário: promoção

  • Terciário: recuperação

Uma das principais funções do fisioterapeuta é buscar o alívio do sofrimento que as enfermidades causam aos pacientes e, a partir daí, recuperá-los (na melhor condição que puder atingir) para que possam ser reinseridos em sua rotina de trabalho, lazer, esportes e estudos. 

A Fisioterapia tem como terapêutica (métodos de tratamento) meios físicos como exercícios, mobilização de estruturas articulares (manualmente ou de forma mecânica), massagens, estimulação elétrica de tecido neuromuscular, reeducação cardiorrespiratória, hidroterapia e aplicação de calor ou frio. 

Por ser o profissional habilitado a diagnosticar e, assim, tratar enfermidades funcionais de órgãos e sistemas, o fisioterapeuta precisa conhecer as ações do corpo humano e entender o funcionamento do organismo. Por isso, a Fisioterapia exige estudo constante, gostar de aprender e investigar, além de ter empatia e saber lidar com as pessoas.

Entre os conhecimentos necessários para a profissão de fisioterapeuta estão:

– Morfológicos: compreensão das microestruturas e partes do corpo – estudo orgânico;

– Fisiológicos: entendimento do funcionamento do organismo e a maneira como células, órgãos e sistemas se integram;

– Bioquímicos: compreensão dos processos que ocorrem no interior das células;

– Patológicos: conhecimento sobre as doenças que podem afetar os pacientes;

– Biofísicos: compreensão do funcionamento dos sistemas a partir da união de teorias e noções da Física;

– Biomecânicos: entendimento das forças (internas e externas) que agem sobre o organismo e seus efeitos;

– Sinérgico funcionais e patológicos: avaliação dos movimentos, ações, estímulos e reações do organismo;

– Cinésicos: conhecimento sobre o movimento do corpo e o que pode evitar a mobilidade de uma pessoa;

– Psicossociais: conhecimento sobre a realidade de seu paciente e suas necessidades.

Tópicos deste artigo

Áreas da Fisioterapia

É comum que a figura do fisioterapeuta seja ligada ao atendimento em casos de reabilitação, mas a Fisioterapia é muito mais ampla e o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) reconhece as seguintes especializações:

Fisioterapia em Acupuntura: estimulação de pontos do corpo com agulhas para tratamento de disfunções, prevenção de doenças e redução de dores. Prática que teve origem na Medicina Oriental. 

Fisioterapia Aquática: uso da água no tratamento da dor, fortalecimento muscular, recuperação articular, melhora postural e recuperação respiratória. São práticas desta modalidade a hidroterapia, vaporização/inalação, crioterapia, compressas e outros métodos. 

Fisioterapia Cardiovascular (Reabilitação Cardíaca): modalidade que foca no treinamento físico como tratamento para pacientes em casos como Infarto Agudo do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca, Miocardiopatia, Cirurgia Cardíaca, Doença Arterial Obstrutiva Periférica e outras. São aplicados exercícios respiratórios e de fortalecimento muscular, caminhadas (quando possível), alongamento e outras técnicas que são sempre acompanhadas por monitoramento da frequência cardíaca, pressão arterial, oxigenação e avaliação de sinais e sintomas. 

Fisioterapia Dermatofuncional: especialidade voltada para tratamento e recuperação da pele (seja por patologia ou estética) como estrias, manchas na pele, feridas, cicatrizes, pós-cirúrgico, celulite e gordura localizada. A Dermatofuncional usa diferentes técnicas da Fisioterapia como eletroterapia, drenagem linfática, fototerapia, liberação miofacial, termoterapia.

Fisioterapia Esportiva: fisioterapeutas que acompanham esportistas para prevenir, tratar e promover o retorno dos atletas às suas atividades. As ações da Fisioterapia esportiva tentam minimizar os impactos dos esportes, auxiliam na manutenção ou melhora do condicionamento físico e tratam as lesões e ferimentos que possam surgir. 

Fisioterapia em Gerontologia: especialidade que tem como público-alvo o idoso. A função da Fisioterapia em Gerontologia é promover um envelhecimento saudável trabalhando o fortalecimento muscular e melhorias nas funções cardíaca, respiratória e motora, além de buscar o aumento da imunidade e equilíbrio. 

Fisioterapia do Trabalho: disfunções causadas por lesões adquiridas por esforço repetitivo e postura inadequada estão entre os maiores motivos de afastamento de trabalhadores, por isso, o fisioterapeuta do trabalho é figura importante para prevenir tais quadros e promover atividades para melhorar a saúde no ambiente profissional. O fisioterapeuta também observa a rotina laboral e identifica o que pode ser evitado ou melhorado. 

Fisioterapia Neurofuncional: esta modalidade da fisioterapia tem o objetivo de dar autonomia para o paciente com doenças ou disfunções neurológicas ou degenerativas. São tratadas pela Neurofuncional limitações neuromotoras ou físicas causadas por Acidentes Vascular Encefálico (AVE), Esclerose Múltipla, Autismo, Distrofia Muscular, Paralisia Facial, Paralisia Cerebral, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, Microcefalia, Traumatismo Craniano e diversas outras patologias.

Fisioterapia em Oncologia: a atuação do fisioterapeuta visa a melhora na qualidade de vida do paciente com câncer e a intervenção depende do estágio da doença. A Fisioterapia Oncológica está presente no pré e pós-operatório de diferentes tipos de câncer, além de aliviar dores, restabelecer movimentos e fortalecer a musculatura, dando maior independência ao doente. 

Fisioterapia Respiratória (Pneumofuncional): área em que o fisioterapeuta trabalha com a prevenção, recuperação e manutenção do sistema respiratório. Doenças como Fibrose Cística, Fibrose Pulmonar, Pneumonia e Insuficiência Respiratória estão entre as enfermidades tratadas por este profissional. 

Fisioterapia Traumato-Ortopédica: trata as disfunções musculoesqueléticas (luxação e ruptura, por exemplo), problemas que podem ser causados por lesões, doenças ortopédicas e traumatismos.

Fisioterapia em Osteopatia: a Osteopatia é a área da Fisioterapia que promove a manipulação musculoesquelética (músculos, ossos e articulações) para correção postural, tratamento de doenças e alívio de dores. 

Fisioterapia em Quiropraxia: área que é voltada para a reabilitação física do paciente e envolve os sistemas nervoso, muscular e esquelético em seu tratamento, tendo como objetivo o menor uso de medicamentos possível. Os principais métodos terapêuticos da Quiropraxia são massagens e manipulações. 

Fisioterapia em Saúde da Mulher (Uroginecofuncional e Obstétrica): área da Fisioterapia destinada ao tratamento de disfunções uroginecológicas como incontinência urinária e, até mesmo, cólicas menstruais. O fisioterapeuta também atua em todo o processo de gestação, auxiliando no bem-estar durante a gestação e também preparando para o parto com exercícios de alongamento, respiração e relaxamento. 

Fisioterapia em Terapia Intensiva: o fisioterapeuta trabalha com outros profissionais nas UTIs. Suas técnicas são destinadas para a manutenção da respiração e batimentos cardíacos do paciente, além de prevenir complicações circulatórias, musculares e na pele devido ao tempo que a pessoa fica no leito. 

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Evolução da Fisioterapia

Por muitos anos, a Fisioterapia foi ligada ao papel secundário para tratamentos médicos e a procura por atendimentos era feita somente para reabilitar, sendo até a década de 1950 submetida ao comando médico. Em 1959, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapia, mas a profissão só foi regulamentada em 1969, estabelecendo o título profissional somente aos aprovados em curso superior. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) foram fundados em 1975, importante conquista para a fiscalização e garantia dos direitos aos fisioterapeutas. 

Décadas após o seu reconhecimento, a Fisioterapia ganha força em áreas além da reabilitação. O estilo de vida moderno tem despertado na população a necessidade de orientação e prevenção de lesões e outras doenças, por isso o fisioterapeuta é um profissional importante para quem busca melhora na qualidade de vida. 

O Pilates, por exemplo, é uma atividade que ganhou notoriedade nos últimos anos, apesar de ter surgido há várias décadas. Por trabalhar o condicionamento postural e respiratório por diversos métodos, a regulamentação da profissão permite que apenas Fisioterapeutas e profissionais de Educação Física sejam instrutores. Mesmo com a fiscalização, alguns locais podem usar a prática com instrução de pessoas de outras áreas (muitos sem nenhum conhecimento corporal), o que pode ocasionar lesões graves. Por isso, só faça Pilates com profissionais habilitados e em locais preparados para a atividade. 

Fisioterapeuta é um dos profissionais habilitados para a atuação no Pilates 

Quanto ganha um fisioterapeuta?

Cada estado tem seu piso salarial (pagamento mínimo) e valor reajustado anualmente – alguns locais têm reajustes em outra periodicidade –, mas um fisioterapeuta ganha, em média, R$ 2.050. No entanto, há regiões do país em que a remuneração é bem inferior, assim como há os estados em que o profissional recebe mais. Para conhecer a remuneração para Fisioterapia é preciso consultar os sindicatos estaduais. 

O piso salarial define o valor pago aos profissionais que trabalham como empregados, geralmente com 30 horas semanais de jornada. Existem os fisioterapeutas autônomos e que definem o preço de seus atendimentos ou atividades conforme o que determina o COFFITO, levando em consideração também a sua especialização. 

Melhores salários podem ser alcançados pelo fisioterapeuta que se especializa. As instituições de ensino contam com diferentes modalidades de pós-graduação que agregam ao conhecimento do profissional e contribuem para o aumento da remuneração. 

O curso de Fisioterapia

O curso de Fisioterapia é um bacharelado com duração média de cinco anos. O estudante de Fisioterapia não pode ter estômago fraco, já que a graduação expõe o aluno ao contato com substâncias do corpo humano e até cadáveres. 

O estudante de Fisioterapia precisa gostar de cuidar e ter paciência para lidar com pessoas até mesmo durante o curso, pois o futuro fisioterapeuta terá diferentes tipos de atendimento e atividades em seu período de estágio, contato que será presente também na vida profissional. 

Veja também: Gosto da área de saúde, qual curso eu faço?

O curso de Fisioterapia tem disciplinas comuns a todos os cursos de graduação, comuns a área de saúde e específicas. Confira:

  • Linguagem e Produção Textual

  • Anatomia Humana

  • Citologia

  • Metodologia Científica (Métodos do Trabalho/Pesquisa Científica)

  • Psicologia

  • História e Fundamentos da Fisioterapia

  • Histologia e Embriologia

  • Fisiologia Humana

  • Imunologia

  • Legislação e Políticas de Saúde

  • Neuroanatomia

  • Neurofisiologia

  • Fisiologia do Exercício

  • Patologia de órgãos e sistemas

  • Biofísica aplicada à Fisioterapia

  • Fundamentos de Farmacologia

  • Motricidade Humana

  • Cinesioterapia

  • Recursos Terapêuticos Manuais

  • Fisioterapia Uroginecofuncional

  • Fisioterapia na Saúde do Idoso

  • Fisioterapia aplicada às próteses e órteses

  • Fisioterapia Comunitária, Preventiva e Social

  • Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional

  • Fisioterapia Respiratória

  • Fisioterapia Dermatofuncional

  • Fisioterapia Cardiovascular

  • Fisioterapia na Saúde da Criança

  • Fisioterapia Neurofuncional

  • Fisioterapia Reumatológica

  • Fisioterapia Esportiva

  • Trabalho de Conclusão de Curso

O estudante de Fisioterapia participa de estágios supervisionados como parte de sua grade curricular. Os alunos participam de atividades de todas as áreas da Fisioterapia em locais como clínicas, hospitais, centros de reabilitação, centros de assistência (deficientes, esporte e outros) e instituições que abrigam idosos.

Principais faculdades

Região Norte
Acre: FAB
Amapá: Unifap
Amazonas: UFAM.
Pará: UEPA.
Rondônia: Ulbra.
Roraima: FACES
Tocantins: CEULP.

Região Nordeste
Alagoas: Maurício de Nassau, UNCISAL.
Bahia: UNEB, FRBA, UFBA.
Ceará: UFC.
Maranhão: UNICEUMA.
Paraíba: UFPB.
Pernambuco: UFPE, ASCES, UNICAP, UPE.
Piauí: UFPI .
Rio Grande do Norte: UFRN.
Sergipe: UFS.

Região Centro-Oeste
Distrito Federal: UnB, UCB, Uniceub
Goiás: UEG, UFG, PUC-Goiás, UniEvangélica, Universo
Mato Grosso: Univag, UNIC
Mato Grosso do Sul: UFMS.

Região Sudeste  
Espírito Santo: UFES.
Minas Gerais: UFMG, UFTM, UFU, PUC-Minas, UFJF, Unifal, UFVJM.
Rio de Janeiro: UFRJ, UFRJ, UCP.
São Paulo: USP, UFSCar, Unifesp, Mackenzie, Unesp, FMABC, PUC-SP, FACIS, PUC-Campinas, UniSantos.

Região Sul
Paraná: UNIOESTE, UNICENTRO, UENP, UEL, UFPR, PUCPR.
Rio Grande do Sul: UNIPAMPA, UFRGS, UFCSPA, UCS, UNISINOS, PUC-RS, Feevale, UNISC, UNIFRA, Ulbra, UFSM, UCPel.
Santa Catarina: UDESC, UFSC, FURB, UNOESC.

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