Analista legislativo

Saiba mais sobre a vida profissional de um analista legislativo do Senado a partir da nossa conversa com Ilana Trombka, Diretora-Geral da instituição.
Por Tiago Vechi

Congresso Nacional em referência ao trabalho dos Analistas Legislativos.
Há cerca de 10 mil colaboradores atuando no Senado Federal.
Crédito da Imagem: Divulgação: Senado Federal
Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

A organização do estado brasileiro funciona como uma orquestra, em que cada instrumento tem a sua função e o seu jeito de funcionar. Todas as partes são essenciais para haver harmonia na música.

Um dos setores desta organização é o Senado Federal, que para além de formular leis e do trabalho dos senadores, também desempenha inúmeras atividades no dia a dia. Para isso, conta com cerca de 10 mil colaboradores.

A maestrina desta parte da música é a Diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka, que iniciou sua carreira na instituição como analista legislativo de comunicação social há 27 anos. Na busca de compreender a rotina e a vida profissional neste setor, conversamos com ela, veja o que descobrimos!

Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado

Tópicos deste artigo

A escolha de se tornar analista legislativo

Ilana nos conta que em 1997 foi aberto um concurso de analista legislativo para o Senado. Dentre as especializações exigidas, havia a área de Comunicação Social e Ilana era formada em Relações Públicas.

Sobre a sua decisão de realizar o concurso nesta área, ela disse:

Eu escolhi fazer essa área, porque eu percebi que por um lado a carreira no Senado Federal é muito boa, tem uma remuneração bastante compatível, as condições de trabalho são muito boas. Mas, os concursos são muito difíceis, especialmente, quando é para os cargos abertos, ou seja, os cargos de técnico-geral, analista legislativo de administração, ou analista legislativo de processo legislativo geral”

Ela explica que os cargos citados podem ser empossados por pessoas com qualquer graduação. Já para analista legislativo de comunicação social, é necessário ser formado especificamente nesta área.

Então, além de garantir que iria atuar dentro da sua formação, ela também iria concorrer com menos pessoas ao se inscrever para a analista legislativo de comunicação social. 

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Rotina de uma analista legislativa

Ilana conta que no início realizou cursos sobre o funcionamento do Senado e sobre o processo legislativo para entender melhor o ambiente em que iria trabalhar. Então, ela foi para a Secretaria de Relações Públicas atuar no 0800 do Senado, o serviço de ouvidoria da instituição, e assumiu a chefia deste setor.

Ela liderava uma equipe de estagiários que realizavam atendimento telefônico, ela analisava as mensagens que chegavam, fazia o direcionamento para os senadores e, por fim, era concretizado o retorno para o cidadão. 

Atualmente, como Diretora-Geral do Senado, Ilana definiu sua função da seguinte forma: 

Eu sou, entre outras coisas, aquilo que podemos chamar de CEO do Senado Federal, ou, se preferir, a prefeita do Senado Federal.

Elas nos explica que são quase 10 mil colaboradores entre efetivos, comissionados, terceirizados, estagiários, menores aprendizes e servidores cedidos. Também há uma estrutura complexa que conta desde apartamentos funcionais até praça de alimentação e serviços de emergência. 

Tudo isso em um prédio tombado, que requer cuidados específicos. Ilana atua como administradora geral desta organização e abaixo dela funcionam diversas áreas como a polícia, setor de informática, área médica, licitações e contratos, compras, gestão de pessoas, entre outras.

Além disso, ela é a ordenadora de gastos de Senado, ou seja, os gastos e investimentos do Senado passam pela aprovação dela. É uma atuação bastante complexa que Ilana desempenha há 10 anos. 

Características de bons profissionais

Ilana fornece o seu ponto de vista sobre as características de bons profissionais. Ela diz que é essencial conhecer a organização em que se trabalha como um todo, não ficar restrito ao próprio nicho profissional.

A formação continuada, o estudo constante também foram ressaltados por Ilana, que, inclusive, fez um doutorado depois que já era Diretora-Geral do Senado. Além disso, ela diz ser importante estabelecer relações com as pessoas da instituição, conhecer e ser conhecida por elas. 

Por fim, Ilana lembra que, muitas vezes, ficamos mais no trabalho do que com nossa família, por isso, é valioso ter um propósito de vida na sua função para se ter orgulho do que desempenha.

Dicas para jovens que querem se tornar analistas legislativos

Aos que desejam seguir um caminho profissional como o da Ilana, ela fornece um conselho para ajudar na aprovação em concursos públicos concorridos. Segundo a Diretora-Geral do Senado, esta tarefa é como uma maratona, não uma corrida de 100 metros.

Se mantenha estudando, mesmo sem concursos abertos, para quando estiver próximo da prova, se preocupar mais com as matérias específicas e, se for possível, desenvolver suas habilidades em uma língua estrangeira.

Outro conselho da Diretora-Geral do Senado é para os jovens que querem se tornar analistas legislativos e não moram em Brasília (assim como ela quando prestou o concurso), ela disse:

Mudar de cidade é uma oportunidade, não deve assustar ninguém. Eu sou do Rio Grande do Sul e, na época (do concurso), eu morava no interior, em uma cidade chamada Ijuí e me mudei para Brasília. Quando estamos nessa fase de começar a vida, nós temos mais liberdade, não devemos ter medo de mudar de cidade, de mudar de lugar. Porque amplia muito o mercado quando você pode começar sua carreira em qualquer lugar.”

 

Por Tiago Vechi

Jornalista