Mudou a norma? O que fazer agora?

Por Ítalo Augusto Souza de Assis

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A língua portuguesa é a terceira mais falada do mundo ocidental. É o idioma oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. No entanto, é visível a existência de variações dialéticas entre estes países, tanto na oralidade quanto na grafia.

Já nos acostumamos a enxergar o português como um dialeto multifacetado. Isso se torna mais evidente para os usuários de computador e internet. Quando vamos instalar softwares ou efetuar cadastros online encontramos, no item idioma, as opções “português” e “português brasileiro”. Esta situação se transforma em empecilho para publicações oficiais, tais como documentos internacionais e livros.

Visando uma solução para este impasse, o presidente Luiz Inácio, em cerimônia na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, assinou o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Este tratado, que foi aceito pelos oito países lusófonos, tem por objetivo unificar a escrita da língua portuguesa. Para isto, foram feitas algumas alterações: a supressão do trema (pingüim passa a ser pinguim), a queda de acentos diferenciais (pára passa a ser para) e as alterações na regra do hífen (semi-aberto passa a ser semiaberto), as letras k, w e y, que eram consideradas como estrangeiras, passam a integrar nosso alfabeto. Ao todo são vinte bases de mudança na língua.

Os livros também deverão ser atualizados. O Ministério da Educação (MEC), por exemplo, deu prazo de até 2010 para que os livros didáticos estejam adaptados. As editoras estão contratando revisores e preparando funcionários para ministrar cursos para professores.

Entre os discentes e docentes existe preocupação com a adaptação. As opiniões sobre esta mudança divergem. Até mesmo na ABL existe este conflito de opiniões entre os membros. “Trata-se de uma medida estrategicamente muito favorável aos 230 milhões de falantes da nossa língua.” – assegura Arnaldo Niskier. “Pessoalmente, eu sou contra. Acho que a língua, como a fotografia, é feita pelo povo. Não adianta o governo disciplinar”, pleiteia o escritor Carlos Heitor Cony.

Estas normas entrarão em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2009, mas, quem vai fazer vestibular ou concursos a partir desta data, não precisa se preocupar ainda, pois a norma atual será aceita até 2012. Em outros termos, teremos quatro anos nos quais as duas regras poderão ser utilizadas, todavia devemos tomar cuidado para não misturá-las em um mesmo texto.

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