Israel X Palestina: que país é esse? (Parte I)

Por Fernanda

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Com a chegada da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, em Jerusalém, no dia 26, Israel decidiu libertar 198 presos palestinos como gesto de boa vontade nas negociações de paz, tendo estas últimas sido iniciadas em 27 de novembro do ano passado, na Conferência de Annapolis. Esse evento foi realizado com o intuito de promover uma solução com a criação de dois Estados, um palestino e outro judeu, mas nenhum acordo efetivo foi ainda alcançado.

A história de desentendimentos entre palestinos e judeus remonta de um tempo distante. Nos anos de 1890, Theodor Herzl, um judeu austro-húngaro, defendeu a criação do Estado de Israel e tornou-se o principal representante dos judeus que apoiavam a implementação desse Estado. Herzl presidiu a primeira conferência sionista realizada em 1897, onde foi criada a Organização Mundial Sionista, e assinou um programa que defendia a criação do Estado judeu na Palestina.

A Palestina é uma região que esteve sob o controle da Inglaterra com o desmembramento do Império Turco-Otomano na Primeira Guerra Mundial. Em 1935, muitos judeus já habitavam o solo palestino, lugar onde se instalaram após virem da Europa em razão da intolerância de Hitler, do preconceito crescente que sofriam com a ascensão dos regimes fascista e nazista. O fato desta terra sempre ter sido fonte de inúmeras disputas aliado ao aumento vertiginoso da população judia, não somente gerou problemas com os palestinos que ali viviam como também conflitos que ao longo do tempo intensificaram-se. Ao final da Segunda Guerra, o saldo de mortos judeus – de acordo com algumas estimativas – chegava a impressionantes seis milhões. A perseguição e o assassinato dessas pessoas ajudaram a aumentar a simpatia dos vários países do mundo a esse povo, resultando no apoio à Resolução 181 da Assembléia Geral da ONU.

Este documento determinou então a criação do Estado de Israel em 1947, embora sua independência só tenha sido proclamada em 1948. Este fato levou os Estados Árabes (que não concordavam com a partilha da Palestina em duas) a iniciarem contra Israel uma guerra que ficou conhecida pelos israelenses como Guerra da Libertação e como Catástrofe pelos palestinos. Tal guerra teve como resultado a expansão de Israel para além dos territórios determinados pelas Nações Unidas.

Após a Guerra Árabe-Israelense em 1948, Israel enfrentou outro problema com a nacionalização do canal de Suez por Gamal Abdel Nasser, líder nacionalista egípcio, mas não pôde fazer muita coisa a esse respeito, pois tanto a extinta União Soviética quanto os Estados Unidos não apoiaram qualquer ação militar por parte dos israelenses. Os anos de 1960 foram bastante conturbados em conseqüência da criação da Organização para Libertação da Palestina, OLP, que tinha por objetivo a destruição do Estado de Israel. Além disso, outra guerra eclodiu em 1967: a Guerra dos Seis Dias. Neste período, Israel dominou as Colinas de Golã (da Síria), a Península do Sinai (do Egito), a Cisjordânia (da Jordânia) e ainda expandiu seu domínio na área de Jerusalém. O apoio dos Estados Unidos a Israel tornou-se ainda maior quando o primeiro percebeu a superioridade militar do Estado judeu e sua posição estratégica.

Em 1972, durante as Olimpíadas, ocorreram os Atentados de Munique onde vários esportistas israelenses foram mortos pelo grupo palestino Setembro Negro. O ataque chocou o mundo. Israel adotou então uma política de perseguição aos assassinos. No ano seguinte, em 1973, alguns países árabes aproveitaram o feriado judeu de Yom Kippur para realizar um ataque supresa, dando início à guerra de Yom Kippur. Apesar de Israel ter demonstrado novamente sua supremacia militar, o conflito teve conseqüências internas e a primeira-ministra Golda Meir foi obrigada a renunciar.

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