Nesse livro, temos um narrador bastante participativo ao longo de todo o texto. Ele vem narrar a história de Ida Pommerikowsky. Trata-se da filha de uma noviça de um convento espanhol que fugiu com um judeu domador de feras do circo. Quando chega aos três anos sua mãe foge com um toureador e assim é criada pelo pai e por Zoraida, uma cigana.
Aos quinze anos, interessada em sexo, é iniciada por Zoraida com apoio do pai. E quando o ele pretende ficar com o dinheiro do dote pelo seu casamento com um homem rico de Praga, ela foge levando o dinheiro e deixando o marido dormindo. Zoraida vai com ela e assim dar-se inicio a vida de prostituição de Ida, que assume o nome de Madame Pommery.
Aos 34 anos, com a beleza já em decadência, se torna artista de cabaré. Conhece entãoMr. Defer, um marujo, e seduzindo-o o convence de levá-la para a America do sul com ele. Chegando lá, em um jantar reconhece Zoraida jantando com um homem, coberta de jóias e bem vestida. Uma vez que é ignorada pela velha conhecida, Madame Pommery busca informações com o garçom que afirma que se trata de um casal muito rico e influente. Ela então articula um plano de chantageá-los usando o passado de Zoraida. Assim deixa o marujo e vai para São Paulo.
Na capital paulistana ela volta a trabalhar como artista de cabaré e prostituta. Sua simpática encantava mais que sua beleza. É ali que ela descobre que todos conhecem o casal Zoraida e Coronel Pacheco Isidro e o passado dela. Sendo assim chantageá-los estava fora de questão. Decide então arrumar um sócio para abrir um bordel.
Em uma noite se encontrou com o Coronel Pinto Gouveia, que reclama da precariedade das diversões noturnas em São Paulo. Depois de embebedado convence-o de lhe fazer um empréstimo. Ele concede seis contos, não os dez que ela pediu. Porem já era o suficiente para abrir o seu Paradis Retrouvé. Começava sua glória.
Pouco depois, cansada do “sócio”, Madamea se aproveita das dívidas do coronel Pinto que já ultrapassavam os seis contos emprestados para se livrar dele, que por sua vez fica furioso, sobretudo quando descobre que ela esta com um novo amante, Felipe Mangancha, e pagando o que deve não volta mais ao local.
Felipe mantinha no teatro-cassino um show de variedades e madame Pommery se aproveitou disso para apresentar suas meninas por lá. Os serviços do cabaré eram considerados de alta qualidade, mas o que realmente mantinha tudo era a simpatia da dona e a alegria de seus frequentadores.
Novamente cansou-se do seu novo amante e o seu interesse pelo teatro-cassino também já havia passado. Queria alcançar o bar do municipal, e assim fingindo passar mal, se ausentou do Paradis para ficar com Romeu das Camarinhas. Felipe ao saber, para manter sua reputação, apenas pagou as contas atrasadas e se foi.
Com essa nova artimanha o local se tornou ponto de encontro entre a elite financeira paulista. E ir ali era sinônimo de status. Conhecer umas das meninas da Madame Pommery era um privilégio, e agora as prostitutas podiam participar da sociedade junto com as mulheres direitas.
Tudo corria bem até a visita de Justiniano Sacramento, um funcionário público que taxou altos impostos sobre o local. Porém, a interferência do Coronel Pacheco Isidro e de Chico Lambico, um jornalista, vez com que Justiniano passasse a frequentar o cabaré, incomodando-se apenas com a falta de religiosidade das meninas. Ele então diminui significativamente os impostos sobre o Paradis e até mesmo gastou todo seu dinheiro ali, e por intermédio de Madame Pommery, teve suas dividas perdoadas.
Mas como o intuito dela era apenas vingar-se de Zoraida por ter a tratado como uma desconhecida no restaurante. Madame vendeu o cabaré a fim de casar-se. Algo mais ninguém sabe.