A Festa

Por Marina Cabral da Silva

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No ano de 1970, chega a Belo Horizonte um grupo de nordestinos que foge da fome, a polícia intervém contra eles, fato que gera revolta. O suposto líder do grupo, Marcionílio, é preso e ao tentar fugir, morre. Durante tais acontecimentos, um estudante, chamado Carlos, é preso por ser considerado um esquerdista a favor dos nordestinos e o repórter Samuel, que chefiou a queima do trem que os levaria de volta à fome do nordeste, foi morto.

Andrea, que nasceu no Rio de Janeiro, morou em Belo Horizonte e era uma mulher mal falada, por  ter se tornado vulgar, sensual e misteriosa. Envolveu-se com vários homens, e uma de suas aventuras amorosas foi narrada nos diários do jovem repórter morto, Samuel. Andrea era convidada para a festa e iria anunciar seu noivado com Rodrigo, se não viesse a comprovação que ele era gay.

Aparecem na narrativa Candinho e Juliana, que quando jovens combinaram que se matariam juntos antes da velhice, e assim, alcançando-a, ele lembra a promessa e quer cumpri-la, já a moça não quer abandonar a vida. Assim vivem, ela tendo um amante e ele também. Na noite da festa de Rodrigo, os dois comemoravam 30 anos de casados, porém, no bolo havia veneno.
Depois aparecem Lenice, Cleber e seu filho Robertinho. Cleber tentava ser o pai que não tivera e se entregava ao filho, e esse, só amava ao pai. Lenice via no menino um inimigo que roubara seu marido. Assim, o casamento esfriava a cada dia e eles passaram a dormir juntos, porém com ódio, até que Lenice decidiu ir embora.

Jorge era um advogado, que também fora convidado para a festa. Preparou joguinhos para se mostrar na ocasião, e também pensava na conquista da mulher com quem já estava envolvido. Um egoísta. Minutos antes de sair para a festa recebeu uma ligação para ajudar a Carlos, o estudante que estava preso, mas não se interessou.

Surgem Ataíde, marido de Cremilda, e Fernando, também casado. Ataíde era pobre e atencioso com a mulher, mas o tipo de homem que não levava desaforo para casa, Fernando, um esquentado. Os dois homens travam uma brigam na rua.
A mãe de Carlos aparece, essa questiona a vida dos jovens, em 1970, e como o filho teve que esquecer a namorada por ser mais pobre. Há também um delegado, que se vê como a salvação do povo.

Com as agitações na praça, onde os nordestinos estavam, e a ligação de Samuel e Carlos com os convidados da festa, a polícia vai à procura deles. Alguns são presos por uns poucos dias. Andrea foi obrigada a ler os relatos sexuais sobre ela escritos por Samuel e depois se explicar quanto ao envolvimento com ele.

Carlos é solto da prisão, porém um ex-preso não tem chances na vida. Por tempos ainda sustenta a mulher e a filha, mas as dificuldades aumentam. Como ele vivia em São Paulo e ela, em Belo-Horizonte, ele simplesmente desapareceu e ela pediu o desquite.


Em 1971, Roberto promoveu outra festa de aniversário, porém um grupo de rapazes entrou gritando, rasgando as roupas das mulheres e quebrando o apartamento. Depois de um toque, foram embora. Essa foi a última festa.

Por Rebeca Cabral

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