Uma das novidades do Processo Seletivo 2008/01 da Universidade de Brasília (UnB) foi a mudança na avaliação dos candidatos cotistas. Até o ano passado, essa avaliação era feita apenas por análises de fotos dos candidatos (e muitos erros aconteciam, como no caso dos irmãos gêmeos Alan e Alex Teixeira da Cunha, um considerado negro e o outro banco pela UnB). Neste vestibular, a UnB implantou o sistema de entrevista dos cotistas por uma banca examinadora.
Ainda assim, houve erros. No dia 19 de janeiro, o jornalista Joel Carvalho de Aguiar (35) e a estudante Luá Resende de Aguiar (16), pai e filha, fizeram as provas do Vestibular da UnB. Ele, concorrendo a uma vaga para o curso de Letras/Espanhol e ela para Ciência Política. Como se inscreveram pelo sistema de cotas, no dia 08 de fevereiro foram submetidos à entrevista pela banca. O resultado da entrevista foi divulgado no dia 13 de fevereiro e, para surpresa dos dois que têm o mesmo tom de pele, a filha foi aprovada e o pai reprovado.
No dia seguinte, 14, Joel entrou com um recurso contra a decisão do Cespe (Centro de Seleção e Promoção de Eventos), e ouviu como resposta que seu caso seria julgado em até 15 dias. A situação de Joel complicou-se, pois a decisão de seu recurso só sairia depois da divulgação da 1ª chamada de aprovados na UnB.
Repercussão
Com a repercussão do caso na imprensa, o jornalista recebeu no sábado, dia 16, uma ligação de uma representante do Cespe, dizendo que havia ocorrido um “erro técnico” no lançamento da entrevista de Joel no sistema, colocando-o entre os reprovados e não entre os aprovados. Sendo assim, a UnB voltou atrás e alterou o resultado, considerando Joel como aprovado na entrevista.
Pai e filha ainda não garantiram suas vagas. Eles dependem de sua pontuação na prova, já que concorrem com outros candidatos cotistas às vagas na UnB. Ambos aguardam o resultado, que deve ser divulgado no dia 20 de fevereiro.
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Por Camila Mitye
