O inglês é a língua universal. Estima-se que o número de pessoas que falam o idioma como segunda língua pode ultrapassar um bilhão (dependendo da fluência). Surgido na Grã-Bretanha na Idade Média, o inglês espalhou-se pelo mundo e é falado oficialmente em 55 países. Não é de se admirar que o idioma tenha diversa variações, sejam elas na gramática, ortografia e, principalmente, no sotaque.
É fácil compreender o porquê, basta comparar com o português de Portugal e o nosso: os sotaques são completamente diferentes, além de algumas palavras do vocabulário deles não serem usadas aqui. E mesmo dentro do Brasil o português tem suas variantes: no Sul, a fala é mais “cantada”; na região do interior de São Paulo, o “r” é mais “puxado” (o sotaque chamado de caipira); no Nordeste, algumas palavras ganham uma entonação diferente do resto do país, como o “pór que”. Os sotaques variam de acordo com a colonização. O caipira do interior de São Paulo, por exemplo, se deu pela colonização americana da região. Os “s” e “r” do Rio de Janeiro são resquícios do sotaque lusitano. Os exemplos são inúmeros.
O mesmo acontece com o inglês. A diferença na pronúncia entre os países que tem o inglês como língua oficial é bastante marcante. Nos Estados Unidos, o inglês tem sons mais abertos, os “r” são puxados, e os “t” soam como “r” (como em better, por exemplo, que é pronunciado como “berer”). Já no britânico, o “t” é pronunciado como “t”, porém os finais de palavras em “er” soam como “a”. Dessa forma, o better é falado quase como “béttar”. Outra palavra que demonstra a diferença entre eles é can’t: nos EUA vira “ken’t” e no Reino Unido “cân’t”. A pronúncia em outros países como Irlanda, África do Sul, Escócia, Austrália, entre muitos outros países, também se diferenciam. E além do sotaque, tem ainda as abreviações, dialetos e gírias peculiares de cada país.
Uma forma interessante de notar a diferença nos sotaques é assistir a filmes americanos e britânicos e comparar a pronúncia (a série de Harry Potter - ou “Potta”, no inglês britânico – é uma boa opção, inteira filmada na Grã-Bretanha). As adaptações cinematográficas das obras da autora Jane Austen - “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade” - são também ótimas referências dos sotaques britânicos.
O sotaque varia muito entre os estados e regiões em cada país. O mais famoso dos Estados Unidos, acredito, é o texano (o caipira norte-americano). Na Inglaterra, é possível identificar se a pessoa teve uma boa educação (e inevitavelmente uma boa condição financeira) pelo sotaque – diferente do que acontece no Brasil, onde a diferença é, quase sempre, indicada pelo vocabulário. São os sotaques chamados de posh*. Os poshes pronunciam as palavras claramente, é um inglês, vamos dizer, “limpo”, bem mais fácil de entender, além de soar elegante e refinado, sem muitas gírias. Ouça a duquesa Katherin Middleton falando e você vai entender perfeitamente o que estou querendo dizer. Já na contra-mão existem os chavs** que usam muitas gírias e contrações: “y'awright” para how are you, “'wicked” para good, e “innit” para isn’t it. Contra a vontade de muita gente, o “innit” entrou inclusive oficialmente para o dicionário.
O britânico é comumente descrito como mais elegante, apesar de o americano se utilizar muito mais do “old english” (antigas expressões e palavras). Como exemplo os americanos usam a palavra “fall” para dizer outono enquanto o britânico usa “autumn”. O britânico com o passar dos anos deu uma modernizada na língua.
É por essas e outras que fazer um curso de inglês no exterior é a maneira mais rápida e fácil de aprender o idioma, com a vantagem de ao escolher o país de destino, você escolhe também o sotaque que irá aprender. Além disso, aprender inglês no exterior, muitas vezes, custa bem menos do que no Brasil e você pode praticá-lo diariamente em cada detalhe da sua rotina em outro país.
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*Posh - há algumas traduções para esta palavra: bacana, alta classe, refinado, entre outras. Talk posh é descrito como to talk in a upper-class way, ou seja, falar de uma forma refinada.
**Chav – é preciso cuidado com o emprego desta palavra, que pode ser considerada ofensiva na Grã-Bretanha. É usada, principalmente por jornais, como um estereótipo, para se referir a jovens da classe trabalhadora que são rudes e agressivos, com um nível baixo de educação, e vestem-se de forma semelhante entre si, com roupas esportivas, moletons, e bonés.
Por Brenda Bellani