Uma decisão histórica da língua universal

Em 22/09/2009 17h36 , atualizado em 01/10/2009 13h09 Por Sheila Liz

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Usado em viagens, intercâmbio cultural, literatura, convenções, televisão e transmissões de rádio – como fazem China, Polónia, Cuba, Itália, Vaticano e o Brasil – o esperanto está prestes a surgir nas salas de aula brasileiras.

A Comissão de Educação, Cultura e Esportes (CE) do Senado aprovou nesta semana um projeto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que determina que o esperanto seja incluído na lista de disciplinas facultativas. Buarque quer que a língua planejada mais falada no mundo seja ensinada nas escolas, a princípio, como uma matéria opcional e se caso houver demanda torna-se obrigatória.

O documento, que ainda falta ser aprovado na Câmara, já originou opiniões diversas. Dois senadores, Gerson Camata (PMDB-ES) e Roberto Cavalcanti (PRB-PB), votaram contra. Camata disse inclusive que o projeto é “inútil”, pois quem aprender o esperanto não terá com quem praticar a nova língua.

Cristovam Buarque justificou a inicitiva lembrando que “o esperanto é um instrumento de comunicação entre centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo e muito, mais que isso, é parte de um imenso movimento pela paz”. Um argumento comum dos esperantistas é bem similiar ao do senador. Os defensores do ididoma dizem que ele é democrático, pois através da língua uma cultura não é imposta aos novos falantes, como é o caso do inglês. E a tendência de um dialeto assim, universalista, é absorver para si mais e mais dessas culturas locais.


Instrumento de comunicação universal e parte do movimento pela paz

Até a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), por duas vezes - em 1954 e confirmada em 1985 - solicitou aos seus estados-membros que divulgassem e ensinassem o esperanto em suas escolas. Destacavam que a língua serviria como veículo de melhoria da compreensão entre as nações, como um meio pacífico de relacionamento entre os povos.

Há até universidades que disponibilizam o esperanto como disciplina incluída em projetos de extensão, como é o caso da Universidade Federal do Ceará, que abriu inscrições, no primeiro semestre deste ano, para 100 vagas - entre turmas de iniciação, nível básico e a distância. A Universidade de Brasília (UnB) seguiu o mesmo rumo, neste ano inscreveu cerca de 20 alunos no curso do idioma.

De qualquer forma, temos de encarar os fatos: além de ser a língua mais falada no planeta, há mais de 25.000 livros em esperanto, entre originais e traduções, além de mais de uma centena de revistas editadas regularmente. Como já dito anteriormente, há trassmissões de rádio neste idioma, inclusive no Brasil, Como a Rádio Rio de Janeiro, que têm um departamento dedicado exclusivamente ao esperanto. Outro dado a favor ao projeto é que, em abril deste ano, foi contabilizado na internet mais de 110.00 artigos na língua esperantista.

Entre as utilidades ligadas à língua encontramos evidências de que estudar esperanto antes de estudar qualquer outra língua acelera e melhora a aprendizagem. Esse acontecimento é conhecido como efeito propedêutico que é, basicamente, um método utilizado que serve de introdução; que prepara ou habilita para um aprendizado mais completo. Provavelmente outras línguas também apresentem esse efeito no mesmo grau que o esperanto, mas devido ao maior número de falantes e melhor disponibilidade de material didático, a língua esperantista parece ser a mais recomendável para obter o este efeito.


O esperanto ajuda na concentração e
na aprendizagem de outras línguas

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