Até 2001 eu não tinha computador em casa. Quando precisava pesquisar algo para um trabalho escolar tinha que recorrer à biblioteca da escola ou da cidade. Gastava um dia inteiro procurando títulos nas gigantescas fileiras de livros, para depois escrever o trabalho à mão. Na época, até existiam ferramentas de pesquisa, como o Google hoje, mas não era toda biblioteca que tinha computador. E, para falar verdade, mal sabia usar a internet.
O computador passou a facilitar a vida dos estudantes e essa foi a desculpa encontrada por nós para convencer nossos pais a comprar um – na maioria dos casos a intenção era jogar no pc mesmo. No início, usávamos cd's de enciclopédia para fazer os trabalhos. Pouco depois surgiram sites dedicados aos estudantes, como o próprio Brasil Escola, e as idas às bibliotecas ficaram cada vez mais raras.
Tem muito educador que critica a maneira como a tecnologia vêm influenciando nos estudos. O principal argumento é que a rapidez do processo de pesquisa pode acarretar em fontes sem credibilidade e trabalhos que são cópias de textos retirados da internet, o famoso Control C, Control V. Na “geração das bibliotecas”, as fontes pesquisadas passavam por um filtro da escola e o estudante acabava aprendendo a matéria ao passar para o papel as informações do livro.
Em uma visão mais positiva, a tecnologia pode mais auxiliar do que prejudicar o processo de ensino. O Brasil Escola, por exemplo, recebe milhares de visitas por dia de estudantes que pretendem entender mais sobre alguma matéria da escola. Como o conteúdo é gratuito, vários estudantes que não têm condições de comprar livros também podem estudar pela internet. Além disso, a linguagem usada é direcionada ao público escolar, diferente de alguns livros que usam termos técnicos e formais demais.
A tecnologia permite fazer faculdade a distância, realizar provas e simulados, assistir videoaulas, participar de grupos de discussão com pessoas do mundo inteiro etc. Uma recente ferramenta que pode ser utilizada por estudantes e professores é o Trello. Nesse site/aplicativo é possível montar planilhas de estudo e grade curricular, por exemplo. Veja a página do Trello dedicada à preparação para o Enem.
Como quase tudo na vida, existem aspectos positivos e negativos no tema tecnologia e ensino. A questão deve ser interpretada com ressalvas, mas a crítica pura e simples aos novos tempos nos impede de ampliar o conhecimento e trazer mais prazer à atividade que melhor contribui para a nossa evolução.