Projetos socioambientais: a nova regra do mercado civil

Em 09/02/2010 11h12 , atualizado em 24/03/2010 10h49 Por Gabriele Pires Alves

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Olá vestibulandos! Como vocês sabem, o tão almejado desenvolvimento econômico não esteve vinculado à preservação das condições ambientais do planeta até pouco tempo. Desprezadas por completo pelas companhias de engenharia e arquitetura, hoje as questões ambientais têm sido vistas sob uma nova perspectiva: os empreendedores que desejam alcançar resultados positivos vem atrelando a imagem de sua empresa à proteção do meio ambiente.

Logo se vê que essa iniciativa das empresas não é somente resultado do entendimento da necessidade de conservação do meio ambiente. Pois bem, a mudança de hábito é decorrente da necessidade de obedecer às leis ambientais e colaborar com o desenvolvimento sustentável. Apesar de ser uma adesão “forçada”, é preferível que as companhias abandonem essa visão de trabalho que se direcionava para a produção em larga escala, objetivando unicamente os lucros e sua credibilidade no mercado, a prosseguir desamparando a temática ambiental.

Os brasileiros receberam com grande euforia a notícia de que o país sediará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o que talvez os filhos da terra não saibam, pelo menos na proporção real, é que as competições impulsionarão ainda mais o setor civil. Os eventos exigem grandes construções na área de infraestrutura, hotéis e estádios, provocando um considerável impacto sobre o meio ambiente. Aliás, a construção civil, sozinha, consome cerca de 75% dos insumos naturais do planeta, sendo que mais de 30% dos gases de efeito estufa são resultantes da atividade. Tá bom ou quer mais?

Nesse sentido, o apoio ou mesmo financiamento de projetos ambientais e planos de reflorestamento tem sido uma alternativa encontrada pelas construtoras para compensar seu impacto sobre o meio ambiente. Em busca de se readequar ao conceito de desenvolvimento sustentável, a construção civil adotou o LEED, um certificado norte-americano cuja finalidade é garantir que as obras atendam aos padrões ecologicamente corretos. A opção “verde” enfoca a redução do impacto ambiental, economia de energia elétrica e reaproveitamento de água e deve atender a vários pré-requisitos sobre a poluição gerada durante a construção e na pós-ocupação.


O desenvolvimento sustentável está em alta

No Brasil, já temos algumas construções certificadas pelo LEED, um exemplo é o Eco Mercado Palhano, em Londrina, que funcionará respeitando ao meio-ambiente. A construção ecologicamente correta está prevista para ser entregue ainda este ano e terá uma economia de 44% de água potável e 30% de energia elétrica ao longo dos anos. Todos os materiais utilizados na obra devem causar o menor impacto ambiental possível. A tinta, por exemplo, não pode conter grande quantidade de VOC (compostos orgânicos voláteis), como látex e acrílica.

Como nem tudo são flores, temos uma má notícia: uma obra sustentável certificada custa cerca de 3% a mais que uma obra normal. No entanto, ela conta com vantagens, por exemplo, a taxa de condomínio é mais barata, em especial pelo menor consumo de água e energia elétrica, entre outros itens. Atualmente, os Estados Unidos concentram o maior número de prédios sustentáveis. Em alguns estados, as obras públicas só podem ser realizadas se forem certificadas pelo LEED.
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E você vestibulando? Acha que o desenvolvimento sustentável e a onda de obras ecologicamente corretas contribuirão para que as condições ambientais do planeta sofram menor impacto? Será que o modelo econômico voltado ao lucro cederá espaço a consciência ambiental? Não deixe de opinar!