Política para as crianças

Em 29/09/2010 10h25 , atualizado em 29/09/2010 10h46 Por Gabriele Pires Alves

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Pular a sessão de política do jornal e desligar a televisão quando começa o horário eleitoral gratuito são atos comuns na vida dos brasileiros, sobretudo às vésperas das eleições, quando os ataques, trocas de farpas e provocações entre os candidatos roubam o espaço reservado para a discussão de suas propostas.

O afastamento pode ser atribuído à falta de conhecimento sobre os procedimentos políticos e a atividade dos governantes, somada à crença de que tudo o que cerca a política também envolve corrupção. Nesse sentido, a descrença política ultrapassa a faixa etária eleitoreira e atinge o imaginário das crianças, que crescem, em sua maioria, sem muitas esperanças de mudar os fatos.

Se o descontentamento dos brasileiros com as instituições democráticas precisa mudar, por que não começar pelas crianças? Desde 2006, a Câmara dos Deputados, em Brasília, promove um programa de educação política e cidadã que tem por objetivo fazer com que estudantes, do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, discutam e votem projetos de lei propostos por eles mesmos, de forma simulada, no Plenário. É a Câmara Mirim.

No dia do evento, que neste ano acontece no dia 21 de outubro, os alunos fazem o papel de deputados mirins, quando estão em pauta três projetos de lei selecionados entre todos os projetos enviados pelas crianças. E o que isso muda na política eleitoral?

O programa de educação política acontece anualmente


O resultado não é imediato, no entanto, mais do que simular uma sessão ordinária, a Câmara Mirim estimula os alunos a compreender, desde cedo, como as leis são criadas e quem são as pessoas responsáveis por elas, instigando uma nova visão no futuro eleitorado.

Há municípios que tomam a Câmara Mirim nos moldes da Câmara de vereadores, a exemplo de Imbituba, em Santa Catarina. Lá as eleições acontecem anualmente e são realizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER), com direito a urna eletrônica e título de eleitor. Após sua posse, o vereador mirim eleito recebe um treinamento e cumpre seu mandato de um ano. As matérias produzidas passam por uma triagem e são encaminhadas à Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da cidade, quando os vereadores as colocam em discussão nas sessões.

Cada uma ao seu molde, as mobilizações políticas e sociais voltadas às gerações futuras mudam a vida da comunidade e formam politicamente o cidadão, despertando o interesse pela política. E você vestibulando, o que pensa sobre essas iniciativas?