G8 e os problemas de um acordo sobre o meio ambiente

Em 10/07/2009 16h05 , atualizado em 10/07/2009 16h16 Por Marla Rodrigues

Países participantes do G8
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É realizado nessa semana em L’Aquila, cidade italiana arrasada por um terremoto em abril deste ano, um encontro entre o G8 (Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Itália) e o G5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul). O primeiro grupo refere-se aos países mais ricos do mundo e o segundo aos principais países emergentes.

Em reunião da última quarta-feira (08) o presidente Lula afirmou que a vontade do G5 é “subir ao andar de cima”, fazendo referência aos países que compõem o G8. Na mesma oportunidade, Lula ainda declarou que os países em desenvolvimento gostariam de ter acesso “aos bens materiais que os ricos já conquistaram”. Para completar a rodada, o presidente indiano, Manhoman Singh, expôs sua opinião sobre as discussões desta quarta: “o enfrentamento da mudança climática não pode ser obtido pela perpetuação da pobreza”.

Em bom português, tudo isso quer dizer que o G5 não está disposto a reduzir seu processo de industrialização, ou de “subida ao andar de cima”, como disse Lula, em nome de um planeta mais saudável. Índia e China, este último o país que mais polui no mundo, não apoiam a redução de gases poluentes e são os principais responsáveis por atravancar um acordo.


Logo da reunião de 2009

O G8 também tentou reavaliar o acordo que prevê que os países participantes do grupo reduzam ao menos 50% da emissão de gases poluentes até 2050, de forma a evitar o aquecimento global superior a 2°C. Também não conseguiram um consenso de prazo imediato, como o da União Europeia, para reduzir 20% dos gases até 2010. No G8 o país que oferece maior resistência às negociações é a Rússia.

No encontro desta semana, o G8 esperava compartilhar a meta de redução de gases com os países do G5, que se mostraram avessos à proposta. Barack Obama, presidente dos EUA, chegou a declarar que acreditava num pré-acordo já agora, mas parece que a decisão vai ficar para dezembro, quando acontece na Dinamarca a 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (uma espécie de continuação do Protocolo de Kyoto).

Na ocasião, os países poderão assinar um acordo para reduzir e manter em até 2°C o aumento da temperatura do planeta, evitando o aquecimento global. O acordo estabelece normas de uso do desmatamento e das energias, responsáveis por grandes emissões de CO2, principal causador do efeito estufa, cujo um dos efeitos é o aquecimento global.


Nenhuma preocupação com o meio ambiente

O acordo também prevê que os países desenvolvidos reduzam de 25 a 40% suas emissões de gases causadores do efeito estufa, até o ano de 2020. Os países em desenvolvimento terão outras metas e devem reduzir, no mesmo período, entre 15 e 30% a emissão de gases.

Países como Brasil, China e Índia têm favorecido o aquecimento global. Atualmente, o Brasil é o 4° maior emissor de gases de efeito estufa, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Indonésia. Cerca de 75% dos gases emitidos para a atmosfera provêm das queimadas e do desmatamento, muito utilizados no país, e que deveriam ser reduzidos a zero.

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Será que todos os países vão querer se isentar da responsabilidade de manter a Terra um planeta habitável em razão de elevarem suas cifras e sua posição em grupos econômicos que se reúnem esporadicamente? Será que participar do G8 tem mais valor do que sobreviver e entregar aos seus filhos e netos um mundo em que ainda seja possível respirar? O que vocês acham sobre isso? A posição de Lula foi correta nesta reunião?