Ao longo da história, grande parte das sociedades se fundamentou em uma forma de organização familiar: o patriarcalismo. Esse, por sua vez, representou a submissão da mulher à autoridade definitiva do homem. No entanto, o desenvolvimento da autonomia feminina transformou essa percepção, mas ainda traz resquícios à atual sociedade: a violência contra a mulher. É necessário, portanto, avaliar tal debate com base na conjuntura ética predominante.
Em uma primeira análise, é indiscutível afirmar que as mulheres conquistaram direitos que permitiram uma maior autonomia. O direito ao voto no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, em 1934, é exemplo dessa perspectiva. Ademais, a Sociologia explica tal fenômeno com o conceito de desnaturalização de antigas concepções, como o pensamento de inferioridade da mulher, que se desgasta conforme o avanço dos movimentos sociais. Isso fica visível, ainda, com a maior decisão feminina na quantidade de filhos que o casal deseja ter e com a ocupação em altos postos de trabalho. Apesar disso, a mulher ainda fica exposta a um ato já explicitado pelo contratualista Thomas Hobbes: a violência.
Diante disso, a violência doméstica ganha destaque, já que a estrutura familiar, com base em preceitos machistas, fica comprometida com a agressão física ou psicológica da mulher, sendo a Lei Maria da Penha, instituída no Brasil, uma forma de diminuir esse quadro. No entanto, a violência urbana é ainda mais polêmica, ao colocar em xeque a causa de estupros que ocorrem contra o sexo feminino. De acordo com os deterministas, o meio influencia os indivíduos e, com base nisso, posturas contrárias ao padrão, como o modo inadequado de se vestir, tentam explicar a ocorrência de estupros. Além disso, esse tipo de violência traz à tona a segurança nas ruas, de modo que o policiamento não atende à “fragilidade” da mulher.
Torna-se evidente, portanto, que a sociedade atual, fincada em raízes patriarcais e machistas, abriga a violência contra a mulher. No entanto, é necessário atenuar essa situação. Assim, cabe ao Estado, através da sua função reguladora, aumentar o policiamento em áreas urbanas e fortalecer leis de punição aos agressores. Cabe à mídia, aliando-se às instituições sociais, incentivar a criação de ONGS, de modo a desenvolver nos indivíduos uma consciência ética, que, segundo o filósofo Blaise Pascal, “é o melhor livro de moral e o que menos se consulta”.
Comentários do corretor
Excelente texto! Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, crítica, coerente e bem desenvolvida, além de fazer ótimos paralelos com diversos pensadores, trazendo suas teorias sociais para a realidade da violência contra a mulher.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 10 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |