Familiarizando-se com o normal - Banco de redações

Duas mães, dois pais, filhos legítimos e adotados, são alguns dos possíveis arranjos da família contemporânea. A pluralidade familiar e sexual existe na sociedade há muito tempo, no entanto somente há pouco esta parcela da população vem sendo ratificada. Entretanto(,) ainda há muito o que discutir para que, de fato, esse novo formato seja reconhecido, legalizado e faça parte da nova retratação da instituição familiar brasileira.

Apesar das visíveis mudanças, o conceito de família tradicional está baseado em princípios religiosos. No Brasil(,) grande parte da população professa a fé cristã, que não aceita o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Todavia, a Constituição Federal afirma que o Brasil é um país laico. Dessa forma é incoerente estender o conceito tradicional a toda a população, sabendo que o país é regido por normas constitucionais, não religiosas. Assim, o conceito legal de família não só pode como deve mudar, para que aqueles que não concordam com o modelo imposto tenham seus direitos garantidos pelo Estado.

Não se pode permitir que a religião ou ideologias retrógradas infrinjam os direitos humanos conquistados a tanto custo. Assim como a sociedade(,) os conceitos sociais mudam, portanto as leis também devem acompanhar tal evolução, oferecendo condições dignas àqueles que vivem sob sua proteção.

É importante destacar que família é um conceito que ultrapassa o legal, está mais ligada a sentimento e laços de afeto, sendo assim uma ideia flexível. Na medida que duas pessoas têm afeto entre si, esses têm direito de ser tratados como família, independente da sexualidade de seu parceiro, diferentemente da do projeto de lei “Estatuto da Família”(,) que visa estabelecer como definição de família o casamento entre um homem e uma mulher, caso seja aprovada aprovado.

Dessa forma, é visível que a definição de família não deve ficar restrita à união entre homem e mulher, um modelo religioso que equivocadamente foi transmitido à sociedade. Tal conceito deve ser mudado para respeitar as diferentes sexualidades, (.) para isso(,) cabe ao Legislativo não aprovar leis que diminuam os direitos de uma parcela e sim englobar aqueles que hoje são excluídos, porém portadores do mesmo direito(,) e punir rigorosamente casos de intolerância. Enquanto a escola(,) como instituição socializadora(,) é responsável por naturalizar a união homossexual, promovendo o respeito e a integração. É necessário conscientizarmo-nos de que somos uma sociedade em constante evolução.