Há uma característica inegável, quando não desconhecida, sobre uma relação de poder antiga e muito bem estabelecida como pilar da sociedade, sobretudo aquela considerada ocidental: a opressão. Silenciosa ou escandalosa, sagaz ou disfarçada como legítima – para alguns –, ela continua presente, certamente persistente na tão “moderna” era atual, após tantos séculos de paciente construção para definir e segregar oprimidos e opressores.
Ao longo da história, é notável a resistência e luta das minorias contra o sistema que só tende a fortificar a desumanização de seres humanos que se diferenciam do opressor em qualquer aspecto. Já se viu a luta dos negros, das mulheres e, mais recentemente, a das diversidades sexuais e de gênero. Esta última talvez seja a que mais forte abalará a pirâmide por um simples fato: a sexualidade ou mesmo a falta dela, assim como as complexas questões de gênero, são inerentes à natureza humana e podem ser reprimidas e até mesmo moldadas – exclamações suprimidas – pela heteronorma e seu companheiro “cissexismo”, o qual dita a existência de apenas dois gêneros definidos pela genitália do indivíduo ao nascer.
É importante ressaltar que heteronorma e cissexismo são opressões fortemente enraizadas na sociedade que, ao serem quebradas, corrompem e comprometem a revoltante estabilidade da pirâmide e(,) consequentemente(,) inquietam o opressor, fazendo-o tentar a todo custo legitimá-las à base das mais diversas e absurdas falácias, uma tentativa que mostra sucesso em discursos religiosos, moralistas e conservadores, estendendo-se para a grande mídia, escolas e reafirmando-se nos lares e círculos familiares, com o objetivo de silenciar e reprimir – até com o uso da violência – algo tão fundamental a todos nós: a liberdade de ser.
O silenciamento é combatido com voz, barulho e posicionamento. A resistência que busca equidade social para combater as estruturas opressoras requer visibilidade e representatividade. Demolir a pirâmide e desenhar uma nova era humana na qual seus membros portam os mesmos direitos que visam o bem-estar coletivo é uma luta que requer um esforço ávido e conjunto das minorias, seja nas ruas, salas de aula, câmaras políticas. Tomar por exemplo a ideologia do pioneiro Harvey Milk, ativista gay dos direitos LGBT eleito à Casa da Califórnia em meados dos anos 80, é um bom ponto de partida: se passarmos despercebidos, nenhuma diferença faremos.
Comentários do corretor
Atenção à pontuação.
Ótimo texto! Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, crítica, abrangente e com argumentação bem desenvolvida e coerente com o ponto de vista defendido, com uso de exemplos e fatos que ilustram bem a discussão, além de notável riqueza de vocabulário.
Continue exercitando sua escrita!!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 10 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |