- Banco de redações

      Na perspectiva de muitos historiadores e sociólogos, a Idade Moderna representou o fim do feudalismo, sistema característico da Idade Medieval, ou Idade das Trevas, na qual o homem devia pensar e agir de acordo com a vontade de seu suserano. Dois séculos após o colapso do sistema feudal, acredita-se que o homem esteja finalmente liberto para expressar suas opiniões e expor seus ideais ao resto do mundo. Paradoxalmente a esta linha de raciocínio, é possível se deparar com um cenário de violência e intolerância: a nova forma de dominação em vigor.

       No dia 7 de janeiro de 2015, a França vivenciou o terror provocado por uma sangrenta vingança árabe. Após a circulação de uma charge satírica do jornal francês Charlie Hebdo retratando o profeta Maomé, pai da religião islâmica, uma explosão de fúria resultou na morte de 12 cidadãos franceses. Fato é que, neste contexto, não há como inocentar nenhuma das partes. Nem os terroristas árabes que assassinaram, a sangue frio, 12 pessoas com tiros de fuzil deixando dezenas de familiares e amigos em luto, (;) nem os chargistas franceses, que publicaram uma ilustração desdenhando o líder sagrado de uma religião. Não é a toa que a Justiça é representada por uma mulher de olhos vendados, com uma balança para “pesar” cada situação.

       A Modernidade é caracterizada pelo pensamento racional, e isso inclui a imparcialidade que deve ser exercida no lugar dos extremismos. Será se que o mundo contemporâneo se difere tanto do mundo medieval, como muitos dizem? Ou ainda há vestígios de ignorância que assemelham-se à Idade das Trevas? O mundo foi dividido em duas metades, a parte ocidental e a oriental, e ambas não se respeitam. O Positivismo do sociólogo Augusto Comte declara que só há ordem na sociedade a partir do momento em que esta é capaz de viver em harmonia, pois onde não há ordem, não existe progresso, assim como uma sociedade de extremos não deixa espaço para a liberdade.